Suspender prova de professores seria um "erro gravíssimo" - TVI

Suspender prova de professores seria um "erro gravíssimo"

Nuno Crato [LUSA]

Ministro da Educação não acredita que o PS seja o próximo governo, mas ainda assim deixou a recomendação aos socialistas

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O ministro da Educação, Nuno Crato, afirmou, esta quinta-feira, que não acredita que o Partido Socialista seja “o próximo Governo” e considerou um “erro gravíssimo” suspender a prova de avaliação de professores, como consta da proposta de programa eleitoral socialista.

“Acho que seria um erro gravíssimo. Depois de termos, desde 2007, durante anos, trabalhado para que a prova de acesso à profissão de professor constituísse um elemento de melhoria do sistema, seria um erro gravíssimo, depois de tudo isso, e depois de as coisas estarem normalizadas, voltar atrás. Primeiro, duvido muito que o Partido Socialista seja o próximo Governo, e, segundo, duvido muito que, sendo Governo, vá fazer um erro desses”, disse hoje o ministro da Educação.

Nuno Crato falava aos jornalistas no final de uma cerimónia de entrega de prémios a alunos do ensino secundário pela Academia de Ciências de Lisboa, entregue anualmente aos estudantes que se destacam nas disciplinas de Português, Matemática e História.

O Partido Socialista (PS) apresentou na quarta-feira uma proposta de programa eleitoral, com medidas e propostas para várias áreas, incluindo a Educação, um documento de trabalho que está ainda em aberto e disponível para debate público.

Nuno Crato declarou que a proposta divulgada “tem vários tipos de medidas” algumas das quais “precisam de ser melhor explicadas”.

“À primeira vista parecem inexequíveis ou a precisar de mais explicações para se perceber exatamente o que é, porque não bastam intenções, é preciso concretizar”, disse.

“Tem medidas na área da Educação que refletem ações que já estão no terreno e tem outras das quais discordo e que significariam um regresso ao passado. E uma delas é a abolição da PACC [Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades], que eu não acredito que o PS, caso chegue ao Governo a ponha em prática”, acrescentou o ministro.

Já na sua última audição regular pela comissão de Educação, Cultura e Ciência da Assembleia da República, no final de abril, o ministro tinha defendido, depois de questionado pelo Partido Social-Democrata (PSD) sobre o assunto, que as propostas socialistas conhecidas até então para a área da Educação eram convergentes com o programa do atual Governo.

“Nós encontramos naquele documento, no que se refere à Educação, muitas preocupações que são coincidentes com as nossas. Encontramos alguns textos mesmo em que é difícil distinguir aquilo que esse texto diz daquilo que já dissemos em textos anteriores. Isto é altamente positivo”, disse, na altura, Nuno Crato.
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