PSD: Nuno Henriques diz que lhe foi vedada informação

O social-democrata Nuno Miguel Henriques, que em dezembro anunciou a intenção de se candidatar à liderança do PSD, disse esta terça-feira à agência Lusa que lhe «foi vedada informação» para que formalizasse a sua proposta em tempo útil.

«Foi vedada a informação, ou seja, nós temos assinaturas, temos apoio, temos tudo. Mas não podemos confirmar se [o número do cartão] dos militantes que assinaram corresponde e se têm as quotas pagas ou não. Como é que se pode confirmar a candidatura assim? Não se pode», lamentou Nuno Miguel Henriques.

Fonte oficial do PSD disse à Lusa que até às 18:00 de hoje, prazo limite para a apresentação das candidaturas para a liderança do PSD, não tinha dado entrada nos serviços do partido o processo de Nuno Miguel Henriques.

Este militante social-democrata afirmou que, «até o doutor Passos Coelho ser presidente» do PSD, «este partido sempre funcionou internamente como deve ser, com transparência, com clareza».

Nuno Miguel Henriques, que vai participar no congresso social-democrata de 23, 24 e 25 de março, em Lisboa, vai lançar um livro no primeiro dia do encontro.

«Irei estar como militante dentro do partido, no congresso, e irei lançar o livro que se chama "Carta Aberta ao Presidente do Meu Partido" com todas as questões iminentes desta candidatura e todas as questões que gostaria de trazer ao debate e que o senhor presidente do PSD não quis debater», afirmou.

Segundo Nuno Miguel Henriques, de 38 anos, as eleições para a presidência do PSD, marcadas para 3 de março, deveriam ser adiadas.

«Eu acho que, no mínimo, se vivêssemos num país democrático, claro e transparente, as eleições deviam ser adiadas (...) ou então [devia] haver um processo diferente porque isso é possível. Acho que não há vontade de que isso aconteça e não percebo porquê», disse.

Nuno Miguel Henriques, licenciado em ciências sociais, consultor de imagem e declamador de poesia, anunciou em 27 de dezembro, num hotel de Lisboa, a intenção de disputar a liderança do PSD com Pedro Passos Coelho, por entender que este deve deixar esse cargo, dedicando-se exclusivamente ao de primeiro-ministro.

O prazo para a apresentação de candidaturas às eleições diretas de 3 de março para a liderança do PSD terminou hoje às 18:00, sendo necessária a entrega de pelo menos 1.500 assinaturas de militantes do partido com quotas em dia. A data limite para o pagamento de quotas para inclusão nos cadernos eleitorais era 22 de fevereiro.