O PS questionou, esta quinta-feira, o Governo sobre o que espera ainda para alterar de vez uma política que «destrói a economia e a sociedade».
Estas posições foram assumidas pelo coordenador da bancada socialista para as questões do trabalho, Nuno Sá, a meio da reunião semanal do Grupo Parlamentar do PS.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou hoje que a taxa de desemprego subiu em Portugal para os 17,7% no primeiro trimestre, face aos 16,9% observados no trimestre anterior, com o número de desempregados no país a ultrapassar os 950 mil.
Segundo os dados do INE, a taxa de desemprego aumentou em termos trimestrais 0,8 pontos percentuais e 2,8 pontos percentuais face ao período homólogo.
Perante estes dados, Nuno Sá concluiu que a taxa de desemprego «voltou a disparar», indiciando que há «um milhão de portugueses que procuram emprego».
«Estes números deviam sensibilizar o Governo, deviam fazê-lo alterar o rumo das suas políticas. Em Portugal, o sistema de segurança social só tem um risco: as políticas de destruição da economia e do emprego», advogou.
Para o deputado do PS, a atual política seguida pelo Governo está a gerar «um ciclo vicioso de diminuição das contribuições para a segurança social por contraponto a um constante aumento das despesas sociais, designadamente com o subsídio de desemprego».
«É preciso que os portugueses saibam que esta política do Governo PSD/CDS-PP é a única ameaça à sustentabilidade do sistema de segurança social», acusou, antes de colocar ao Governo algumas questões.
«Com estes números do desemprego, com esta destruição económica e social em Portugal, do que está o Governo à espera para alterar a orientação política que tem prosseguido em todos os domínios? Que razões levam a que o Governo não mude a sua política?», perguntou o dirigente socialista.
«Governo está em confronto com os portugueses»
O PS acusou também o Governo de prosseguir uma atuação de confronto político, institucional e social, sustentando que o projetado corte nas pensões com efeitos retroativos viola promessas eleitorais do PSD e do CDS-PP.
Para Nuno Sá, esta medida, a ser concretizada, revela da parte do Governo «impreparação, inconsciência e desnorte».
«Este Governo já não merece a confiança dos portugueses», advogou antes de referir que na última campanha eleitoral, em 2011, «o PSD e o CDS-PP prometeram aos portugueses que não seria necessário despedir funcionários públicos e que iriam defender os pensionistas».
«Pois bem, os portugueses hoje sabem que vai haver um despedimento em massa de funcionários públicos e que todos os reformados e pensionistas portugueses vão ter a sua reforma cortada com efeitos retroativos», criticou Nuno Sá.
De acordo com o deputado socialista, o Governo está a «insistir no caminho do confronto político, institucional e social». «Temos um Governo em conflito e em confronto com os portugueses», acrescentou.
A aplicação de cortes retroativos nas pensões do Estado foi assumida na quarta-feira pelo secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino, em entrevista à SIC.
A medida, segundo noticiam hoje os jornais económicos, implicaria uma redução média na ordem dos 10% em todas as pensões da Caixa Geral de Aposentações (CGA), no âmbito do processo de convergência das fórmulas de cálculo de pensões da CGA e da Segurança Social.
PS: «Números do desemprego deviam sensibilizar o Governo»
- Redação
- CM
- 9 mai 2013, 12:40
Socialistas acusa Executivo liderado por Passos Coelho de prosseguir confronto político, institucional e social
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