IURD: PSD confronta Governo com "silêncio ensurdecedor" - TVI

IURD: PSD confronta Governo com "silêncio ensurdecedor"

Líder parlamentar do PSD queria que António Costa se pronunciasse sobre a reportagem da TVI, mas o primeiro-ministro disse que não lhe compete falar sobre o assunto

O PSD levou as adoções ilegais da IURD, denunciadas por um conjunto de reportagens da TVI, ao debate quinzenal, nesta quarta-feira, com o primeiro-ministro, mas António Costa disse a Hugo Soares que não compete ao Governo "averiguar o que aconteceu há 20 anos".

É um assunto que tem merecido por parte do Governo um silêncio ensurdecedor (...). O Ministério Público abriu um inquérito, noticiou, o Presidente da República ouviu aquelas mães, pergunto-lhe: chega de silêncios ensurdecedores. Se há matéria em que o Estado não pode falhar é em proteger os mais frágeis. Foi determinada alguma auditoria ou algum inquérito aos serviços da Segurança Social? Que acompanhamento está o Governo a fazer àquelas mães?", questionou o líder da bancada social-democrata.

O primeiro-ministro respondeu que "o Governo concentra-se no presente e no futuro" e não no passado.

Se é a mesma reportagem que eu vi, é uma reportagem que se refere a factos ocorridos há mais de uma década, diria mesmo que tenho ideia que ocorreram há cerca de duas décadas. Portanto, como deve imaginar, o Governo não determina a abertura de inquéritos sobre factos que ocorreram há 20 anos. Se há alguma matéria criminal, as autoridades judiciárias como publicamente deram nota  estão a investigar. governo concentra-se no presente e no futuro, averiguar o que aconteceu há 20 anos não creio que seja função do Governo."

Hugo Soares considerou a posição de António Costa Soares "um total desrespeito e desprezo pelas pessoas e pelo país numa circunstância que devia a todos envergonhar".

A demissão do Governo de procurar saber o que aconteceu é uma vergonha nacional que devia fazê-lo corar de vergonha."

Também o primeiro-ministro criticou a atitude de Hugo Soares, concluindo que as autoridades competentes estão a investigar o que aconteceu.

Uma das suas qualidades é que tem sempre a mesma atitude qualquer que seja a resposta. Se eu tivesse dito que abríamos um inquérito você diria que estava chocado e que eu deveria corar de vergonha por estar a desrespeitar a separação de poderes e até querer alimentar insinuações sobre uma conhecida magistrada do Ministério Público que então exercia funções nos tribunais de menores [a PGR Joana Marques Vidal] e que habitualmente costuma suscitar a sua preocupação. Mas posso acrescentar-lhe que toda a documentação foi remetida ao Ministério Público e confiamos no Ministério Público para fazer qualquer investigação que há a fazer."

 

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