O ex-presidente da Assembleia da República e do PS morreu na segunda-feira, em sua casa, em Oeiras, com 89 anos, pouco antes da meia-noite, depois de se ter sentido mal após o jantar.
“Portugal perdeu um príncipe da sua democracia e os socialistas sofreram uma perda irreparável”, assinala o Partido Socialista.
Na nota de pesar enviada à agência Lusa, o PS afirma que a “capacidade tribunícia” de Almeida Santos “fez dele um terrível adversário da ditadura, também na defesa de presos políticos, designadamente em Moçambique, e depois do 25 de Abril um parlamentar incomparável”, como deputado, líder do grupo parlamentar socialista e presidente da Assembleia da República, cargo que exerceu entre 1995 e 2002.
Os socialistas salientam também que Almeida Santos foi o “artífice de uma parte substancial da malha legislativa no dealbar da Democracia portuguesa, contribuindo decisivamente para a construção do Estado de Direito Democrático”.
“Na sua ação fez da capacidade de diálogo, da consensualização e da concertação política – sem abdicar da firmeza das suas ideias - uma verdadeira arte e uma das suas imagens distintivas”, lê-se na nota.
O PS recorda também que Almeida Santos foi ministro de vários governos e afirma que “desempenhou um papel crucial nas negociações com os movimentos de libertação das antigas colónias portuguesas com vista à sua independência”.
Foi também presidente do PS entre 1992 e 2011, e eleito em congresso como presidente honorário, “numa justa e unânime homenagem a alguém capaz de reunir um conjunto de qualidades dificilmente igualável”, diz o partido.
Na nota, o PS refere que o contributo de Almeida Santos para a democracia em Portugal e os “relevantíssimos serviços” prestados ao partido e ao país “fazem dele uma figura de referência inesquecível para todos os socialistas, em particular, e para os democratas em geral”.
“Neste momento de tanto pesar para todos os socialistas, o PS apresenta as suas mais sentidas condolências à família do nosso querido camarada Almeida Santos, associando-se à sua dor, que é também a nossa”, lê-se ainda na nota.
Por decisão da Comissão Permanente do PS, a bandeira do partido será colocada a meia-haste nas respetivas sedes até ao final das cerimónias fúnebres de Almeida Santos.
O corpo de António Almeida Santos vai estar hoje, a partir das 17:00, em câmara ardente na Basílica da Estrela, em Lisboa, e será cremado na quarta-feira, no cemitério do Alto de São João, também em Lisboa, pelas 14:00.