O PS afirmou esta quinta-feira que os ministros das Infraestruturas e das Finanças estarão em breve no Parlamento para esclarecer o estado da Ponte 25 de Abril e insurgiu-se contra "o alarme social", recusando qualquer "risco iminente".
Estas posições foram assumidas em conferência de imprensa pelo deputado socialista André Pinotes Batista, depois de a revista Visão ter divulgado a existência de um relatório do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), alertando para riscos graves de segurança na ponte, a exigir uma intervenção imediata.
Os utentes da Ponte 25 de Abril, sobretudo aqueles que diariamente recorrem a esta infraestrutura, podem estar tranquilos. Este não é o momento de alimentar demagogias estéreis ou alarme social, entrando-se em ligeirezas políticas", declarou o deputado do PS eleito pelo círculo de Setúbal.
André Pinotes Batista afirmou depois que "o Governo tem vindo a fazer a sua parte" e "30 dias depois de ter recebido o relatório do LNEC há uma solução formalizada".
"Os ministros das Finanças, Mário Centeno, e do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, estarão no Parlamento para prestar todos os esclarecimentos", adiantou o mesmo deputado socialista do Barreiro.
Sem se referir diretamente às críticas esta manhã feitas ao Governo pelo CDS-PP, o deputado socialista condenou as atuações políticas "guiadas pela demagogia e pela exploração de casos e casinhos".
É preciso reforçar a seguinte mensagem: As pessoas podem estar tranquilas, porque não existe qualquer perigo iminente. Aquilo que tinha de ser feito, está a ser feito", disse.
Interrogado sobre o facto de o Governo ter estado alegadamente parado seis meses após ter recebido o relatório do LNEC referente ao estado de degradação de algumas partes da ponte 25 de Abril, o deputado do PS remeteu uma resposta técnica detalhada para o ministro Pedro Marques, embora adiantando que "as coisas não se passaram exatamente assim".
"Foi o Governo quem solicitou este relatório ao LNEC e, portanto, não nos tentem convencer que há aqui alguma coisa escondida. O que é necessário ser feito está a ser feito", insistiu André Pinotes Batista.
Perante os jornalistas, este deputado do PS referiu ainda que o LNEC é uma instituição reputada e que há muito tempo produz os relatórios que tem de produzir - essa é, aliás, a sua função".
"Não podemos é dar conotação dramática. Esses relatórios existem porque o LNEC faz o seu trabalho e há uma monitorização regular destas infraestruturas. Ainda hoje passei na ponte 25 de Abril e passei por lá com tranquilidade", acrescentou.
Ministra diz que é "coincidência" obras terem sido anunciadas após fecho da edição da revista
A ministra da Presidência esclareceu esta quinta-feira que "os mecanismos de decisão, aprovação e criação de concursos não são instantâneos", considerando que "está em bom ritmo" o processo do início das obras na Ponte 25 de Abril.
Na conferência de imprensa após o Conselho de Ministros, Maria Manuel Leitão Marques foi questionada sobre a notícia avançada pela revista Visão sobre a existência de um relatório do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) a alertar para riscos graves de segurança na Ponte 25 de Abril, em Lisboa, e o porquê do Governo só avançar agora com o lançamento do concurso.
Quero dizer-lhe, como deve saber, que os mecanismos de decisão e de aprovação e criação de concursos não são instantâneos. Creio que a decisão do Governo está adequada aquilo que são as informações técnicas que tem porque evidentemente quando é preciso reagir instantemente também temos mecanismos de urgência", explicou.
De acordo com a ministra da Presidência, "está em bom ritmo o início das obras de recuperação da ponte 25 de Abril".
Interrogada sobre o facto de o LNEC ter entregado este relatório há um mês e o lançamento do concurso ter sido anunciado apenas na quarta-feira, já depois do fecho da edição da referida revista, Maria Manuel Leitão Marques foi perentória: "é uma coincidência".
Sobre as informações de que o Governo dispõe sobre o estado atual das condições de segurança da ponte 25 de Abril, Maria Manuel Leitão Marques remeteu para os esclarecimentos que disse já terem sido prestados pelo ministro do Planeamento e o seu gabinete uma vez que este tema não foi discutido em Conselho de Ministros.