Orçamento: aprovação envolta em polémica - TVI

Orçamento: aprovação envolta em polémica

Sócrates no debate mensal na AR (Antonio Cotrim/Lusa)

Deputados madeirenses voltaram atrás. Alegre apresenta declaração de voto

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A proposta de Orçamento de Estado para 2008 foi aprovada esta quinta-feira apenas com os votos da maioria do PS, com os votos contra de toda a oposição - PSD, PCP, CDS-PP, BE e os «Verdes».

Apesar de três deputados do PS eleitos pela Madeira terem ameaçado que iriam abster-se na votação do Orçamento, a disciplina de voto imperou. À entrada para o debate, José Sócrates deixou bem claro que no PS «com a disciplina de voto não se brinca». E o recado chegou aos três deputados socialistas que, impelidos pelo líder do PS/Madeira, deixaram o seu sentido de voto em suspenso até ao momento da votação.

Quando o PS em peso votou favoravelmente, das bancadas da oposição ouviu-se «medo, têm é medo». Mas Maximiano Martins garante que não foi uma questão de medo, nem de «pressões». À saída do debate, e depois de Sócrates ter mostrado estar satisfeito com a votação do Orçamento e com a disciplina dos seus deputados, o parlamentar madeirense explicou que o voto favorável ficou a dever-se à sua «consciência. Não cedi pressões ou a medos», frisou, dizendo que o que «pesou foi o sentido de lógica e utilidade daqueles» que o elegeram.

Além de Maximiano Martins, também Jacinto Serrão e Júlia Caré apresentaram uma declaração de voto para deixar clara a posição destes deputados eleitos pelo círculo da Madeira em relação ao Orçamento de Estado.

Mas o PS/Madeira esperava que os seus deputados seguissem as indicações da estrutura local. «Responsabilizaremos oportunamente estes deputados», afirmou.



«Défice social» vez em de défice orçamental

Também Manuel Alegre pediu a palavra, no final da votação, para apresentar uma declaração de voto. O deputado do PS e ex-candidato presidencial independente, num documento escrito entregue aos jornalistas, explica que «o deputado deve votar segundo a sua consciência e é responsável perante o país».

O deputado questiona de que serve um défice de 3 por cento se Portugal continua o país mais pobre da Europa.

Há mais para além «além do défice orçamental», diz Alegre, que se preocupa com o «défice social: o desemprego não pára de aumentar; a pressão fiscal muito elevada está a ter resultados negativos e a sacrificar os cidadãos com perda de poder de compra, as famílias estão sobre-endividadas» então de que serve «um défice de 3 por cento?», questiona.
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