«Este é o orçamento do roubo dos salários e pensões» - TVI

«Este é o orçamento do roubo dos salários e pensões»

Lider do PCP, Jerónimo de Sousa - JOSE SENA GOULAO / LUSA

Jerónimo de Sousa acusa o Governo de «dar com uma mão e tirar com 10»

O líder do PCP, Jerónimo de Sousa, considera que «este é o orçamento do roubo dos salários e pensões». «Este orçamento pretende diminuir as reformas, as pensões e as prestações sociais, agravando ainda mais a desigual distribuição da riqueza, substituindo os direitos que assistem àqueles que trabalharam e contribuíram dos seus salários uma vida inteira, pela caridade assistencialista», afirmou no Parlamento, durante do debate de apresentação da proposta do Governo para o Orçamento do Estado para 2012.

«Tudo isto enquanto se mantém lucros chorudos para os grandes grupos económicos. A esses a crise nunca chega», acusou.

«No primeiro semestre de 2011, enquanto a recessão avança e a pobreza alastra, os principais bancos, as grandes empresas do sector da energia e das comunicações e os dois grandes grupos de distribuição, tiveram lucros de cerca de 2000 milhões de euros. Eles devem fartar-se de rir quando ouvem falar da distribuição equitativa dos sacrifícios», ironizou Jerónimo.

«É o orçamento do roubo dos salários e pensões, no valor de mais de 2000 milhões de euros. Ao mesmo tempo que multiplicam-se os apoios ao sector financeiro, a somar aos 450 milhões entregues ao BPP e aos 2350 milhões já gastos no BPN, valor que pode ainda duplicar», afirmou.

«Ontem mesmo o Governo agendou uma proposta de lei, elaborada segundo as orientações da troika, para concretizar a transferência para os bancos privados de 12 mil milhões de euros. Dinheiro da troika é para a banca. Para as PME nada! Quando for a pagar pagam os trabalhadores e o povo!», acusa o líder do PCP.

«É um processo de extorsão organizada dos recursos dos povos, bem claro no escandaloso montante de juros ¿ 34,4 milhões de euros ¿ que vão ser cobrados pelo empréstimo de 78 mil milhões, a que se acrescentam 655 milhões de euros de comissões».

Para Jerónimo de Sousa, «este é o orçamento que, dando seguimento à política do Governo anterior, restringe ainda mais o acesso às prestações sociais, incluindo aqueles que decorrem directamente das contribuições dos trabalhadores».

«Bem pode falar do chamado PES [Programa de Emergência Social]. São 2 mil milhões de corte em pensões e prestações, para 200 milhões de programa. Dão com uma mão e tiram com 10».
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