Os "quatro pecados" do OE e o duelo entre Leitão Amaro e Centeno - TVI

Os "quatro pecados" do OE e o duelo entre Leitão Amaro e Centeno

António Leitão Amaro apontou "quatro pecados" ao Orçamento do Estado para 2017 que motivaram uma acesa troca de farpas entre o deputado do PSD e o ministro das Finanças, Mário Centeno. Leitão Amaro acusou o Governo de aplicar 12 impostos e de pensar na sua sobrevivência política, exemplificando com aquilo que considerou ser “o embuste da sobretaxa”

António Leitão Amaro apontou "quatro pecados" ao Orçamento do Estado para 2017 que motivaram uma acesa troca de farpas entre o deputado do PSD e o ministro das Finanças, Mário Centeno. Leitão Amaro acusou o Governo de aplicar 12 novos impostos e de pensar apenas na sua sobrevivência política, exemplificando com aquilo que considerou ser “o embuste da sobretaxa”. Sobre este último ponto, Centeno lembrou que o anterior governo, em ano de eleições, propôs a devolução de 35% da sobretaxa e respondeu: “Se quiser falar de sobretaxa e de embuste olhe para o lado, mas não olhe para mim.”

O deputado do PSD começou a sua intervenção no debate sobre o orçamento do Estado para 2017, esta quinta-feira, no Parlamento, acusando o primeiro-ministro de se “esconder no silêncio” e de “fugir às escolhas orçamentais”. Isto por não ter sido António Costa a abrir o debate, mas o ministro das Finanças. Palavras que mereceram a reprovação das bancadas à esquerda.

“Sempre nos habituamos a que este debate fosse aberto pelo primeiro-ministro, mas parece que afinal as escolhas são de tal forma embaraçosas que o Primeiro-ministro se esconde no silencio foge a responder às escolhas orçamental. É lamentável. ”

Observação feita, Leitão Amaro prosseguiu. E elencou os "quatro pecados" do Governo socialista no Orçamento do Estado para o próximo ano.

O primeiro é, de acordo com o deputado social-democrata, a “falta de credibilidade”. Leitão Amaro acusou o Executivo de “tratar as pessoas como objeto de luta pela sobrevivência no poder” e deu o exemplo do “embuste da sobretaxa”.

“Ela volta em 2017 e dizem que vai acabar gradualmente. É o tal truque eleitoral, a redução gradual até às autárquicas. Estão a fazer este Orçamento a pensar na vossa sobrevivência politica.”

Uma acusação que teve o troco de Mário Centeno. Na resposta, o ministro das Finanças lembrou que o anterior governo PSD/CDS-PP prometeu, em ano de eleições, a devolução de 35% da sobretaxa.

"Se quiser falar de sobretaxa e de embuste olhe para o lado mas não olhe para mim", respondeu o ministro das Finanças.

Miguel Morgado, também social-democrata, pegou nessa afirmação do ministro mais tarde: "Nós sabemos muito bem porque é que você não olha para o lado, tem ministros do governo de José Sócrates que levaram o país à bancarrota. E há os fantasmas do desemprego e da imigração".

Voltando aos "pecados" enunciados por Leitão Amaro, há mais ainda. O segundo é que este é um “Orçamento que não puxa pela economia e trata mal os empresários”, afirmou. "É um Orçamento que castiga o sucesso com mais impostos", acrescentou.

O deputado do PSD continuou: o Orçamento "agrava as desigualdades sociais" (terceiro pecado) e "insiste numa política orçamental errada", com um agravamento da carga fiscal (quarto pecado).

E ao explicar o "quarto pecado", Leitão Amaro acusou o Executivo socialista de ter tornado a "austeridade temporária da crise" em austeridade permanente, frisando que há "12 novos impostos".

"Contámos pelo menos 12 novos impostos", sublinhou.

Um número que Centeno disse, na resposta, ser falso: "Não há aumento de impostos. Acho que o senhor deputado se deve ter deixado dormir na contagem porque não há tal coisa, isso é absolutamente falso".

Para Leitão Amaro, o Orçamento é uma "má proposta" que dará continuidade ao "desempenho sofrível" do Governo, que "falhou todas as metas".

"Há um ano diziam ao país que íamos ter crescimento da economia, do investimento, do emprego, a redução da dívida pública e crescer a devolução de rendimentos às famílias. O que dizem os números? É que falharam não uma, não duas, não três, mas todas as vossas metas", frisou Leitão Amaro.

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