«É extraordinário que receitas fiscais não cubram as despesas» - TVI

«É extraordinário que receitas fiscais não cubram as despesas»

Constança Cunha e Sá comenta medidas do Orçamento Retificativo apresentadas pelo Governo

Constança Cunha e Sá disse, esta quinta-feira, que as medidas do Orçamento Retificativo, apresentadas pelo Governo, que revê em baixa as previsões do desemprego e do crescimento económico, fazem prova de três aspetos fundamentais. Na TVI24, a comentadora defendeu que ficou provado, em primeiro lugar, que a derrapagem da despesa não tem nada a ver com o chumbo do Tribunal Constitucional, em segundo lugar, que nunca houve um ano em que se pagassem tantos impostos, e por fim, o clima de incerteza em torno da apresentação do próprio Orçamento Retificativo.

No espaço de análise nas «Notícias às 21:00», Constança Cunha e Sá sublinhou que «o chumbo do Tribunal Constitucional é uma gota de água» na derrapagem da despesa, que é da ordem dos 1500 milhões de euros.

A comentadora realçou também os resultados acima de todas as previsões das receitas do IRS e do IVA. «No fundo, são os contribuintes, que nunca pagaram tantos impostos como pagam este ano, que veem o Governo ser obrigado a fazer um Retificativo (...). Isso é que é extraordinário que as receitas fiscais, que ultrapassaram em muito, não consigam cobrir uma despesa, que não tem só a ver, nem principalmente a ver, com o Tribunal Constitucional», realçou.

Constança Cunha e Sá confessou-se ainda «abismada» com a hipótese, colocada pela ministra das Finanças, de haver um terceiro Orçamento Retificativo, «porque não sabe muito bem o que vai acontecer, nomeadamente com a operação de salvamento ou de afundamento do BES». «Estamos a falar de um valor de 2,9% do PIB que a ministra, há uns meses, tinha dito que não iria refletir-se no défice e que agora diz que pode ou não pode refletir-se», rematou.
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