«É necessário clarificar se o CDS tem duas caras» - TVI

«É necessário clarificar se o CDS tem duas caras»

João Semedo desafia Nuno Melo a esclarecer posição dos centristas sobre a retroatividade da convergência dos sistemas de pensões

João Semedo desafiou, esta sexta-feira, Nuno Melo a clarificar a posição do CDS-PP sobre os cortes retroativos nas pensões dos funcionários públicos. No programa «Política Mesmo», da TVI24, o coordenador do Bloco de Esquerda (BE) confrontou o primeiro vice-presidente do CDS-PP, ao dizer que Passos Coelho convidou os centristas a sair do Governo depois de confirmar no debate quinzenal, no Parlamento, que vai «cortar» retroativamente nas pensões do Estado.

«O primeiro-ministro anunciou no Parlamento que estava disposto a cortar nas reformas e a tributar as pensões. Isto significa que convidou o CDS a sair do Governo, a não ser que o ministro Paulo Portas tenha duas caras e dois discursos, uma cara e um discurso enquanto está reunido em Conselho de Ministros e outra cara e outro discurso quando está a falar para o país, para os portugueses ou para os seus militantes», defendeu João Semedo, na rubrica «Cara-a-cara».

Na resposta, Nuno Melo assegurou que o CDS só «tem uma cara e um discurso» e defendeu que os centristas têm «uma posição de coerência» sobre as pensões.

«Para o CDS é muito determinante e importante evitar aquilo que a comunicação social entendeu classificar como TSU [Taxa Social Única] dos pensionistas», começou por dizer Nuno Melo.

Pressionado por João Semedo, que acusou o CDS de «indefinição» na questão da retroatividade dos cortes, o dirigente centrista acabou por atirar: «Não concordo nem deixo de concordar. Nenhum de nós, com certeza e com detalhe, pode dizer o que vai acontecer de uma forma ou de outra».

O vice-presidente do CDS referiu depois que o partido só se pronunciará depois de o assunto ser discutido na Concertação Social. «O CDS, em tese, é a favor de um fator de convergência que tem a ver com uma avaliação, no presente, que tem que ter em conta a carreira contributiva e tem que passar pela Concertação Social», afirmou.

Sem conseguir ser esclarecido sobre se o CDS sai do Governo, caso o Executivo não recue na retroatividade dos cortes aos pensionistas, João Semedo acabou por tirar as próprias conclusões: «O Dr. Nuno Melo vai querer que o seu partido passe entre os pingos da chuva. O CDS está à espera que esses dramas sejam resolvidos na Concertação Social».
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