«Não há razões para as pessoas panicarem» com o BES - TVI

«Não há razões para as pessoas panicarem» com o BES

O comentário do professor Marcelo Rebelo de Sousa na TVI sobre a crise no BES e a divisão no PS

O professor Marcelo Rebelo de Sousa, no comentário no «Jornal das 8» da TVI, esta semana excecionalmente à segunda-feira, analisou a crise no BES, considerando que não há razão para alarme.

O comentador começou por explicar «o que é que falhou no BES» e que culminou na «quinta-feira negra» da semana passada.

Desde logo, o professor chamou a atenção que para o público menos informado, «não é evidente a separação entre GES e BES» e que também «faltou uma palavra de confiança», apesar do Primeiro-ministro e do Banco de Portugal» terem vindo «várias vezes falarem» em público», mas «não criaram confiança».

E mais uma crítica à estratégia de comunicação do Governo, nomeadamente esta segunda, por Aguiar-Branco, que disse que «não há razões para alarme em especial, então, há razões para alarme geral?!»

Ultrapassada a tempestade, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que o «problema está resolvido com a «equipa nova», que com ela trouxe consequentemente o fim da família família no Banco. «Acabou uma dinastia. Ponto final, parágrafo».

«Começa uma nova fase» com Vítor Bento, pelo que «não vê razão para as pessoas 'panicarem'. Vejo razão para o governador do Banco de Portugal não esperar pela ida ao Parlamento e mais cedo aparecer a dizer - porque é um homem em quem se acredita - eu garanto que é seguro para quem aplicou as suas economias naquele banco que é seguro ter feito o que fez?».

E o professor prometeu voltar ao assunto na crónica do próximo domingo no «Jornal das 8».



A culpa no PS «é como os números das greves: dividia pelos dois»

Marcelo Rebelo de Sousa analisou também as últimas sondagens que tiveram por pano de fundo a crise no Partido Socialista. «Essas sondagens são expectáveis curiosas», disse.

O «PS está a amargá-las. É um período sem líder», porque «está lá um que está a prazo e o outro quer entrar mas não está lá. Não se sabe se o que está fica ou não fica. Não se sabe se o que quer entrar, entra ou não entra». Conclusão: «Para Seguro, a culpa é do Costa. Para Costa, a culpa é de Seguro».

«É como os números das greves: dividia pelos dois. Seguro tem razão na parte em que o PS desceu em relação à última sondagem. A culpa é de Costa. Costa tem razão naquela parte em que Seguro ficava aquém do que o PS precisava para ser governo com maioria absoluta».

Enquanto o governo respira com as crises partidárias da oposição, também a desfragmentação do BE «é boa notícias para o PS».

Uma coisa é certa: «Qualquer dos eleitos em setembro vai ser perigoso para Passos Coelho, isto porque, na «campanha eleitoral, se for Seguro, é uma campanha que vai prometer tudo»; já «Costa tem o apoio de intelectuais» e parece um «aquecimento para a campanha nacional».

O professor recordou que «Costa é um especialista», exemplificando as alianças com Helena Roseta e José Sá Fernandes. Por tudo isto, cria-se um «espaço curioso de movimentação à esquerda, exceto o PC». E o futuro do Bloco de Esquerda? «Pode tornar-se irrelevante».
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