«Ninguém dá a cara por este Orçamento» - TVI

«Ninguém dá a cara por este Orçamento»

Constança Cunha e Sá

Constança Cunha e Sá aponta contradições no seio do Governo sobre negociação de um programa cautelar já para 2014

Constança Cunha e Sá sublinhou, esta terça-feira, que não há um único membro do Governo que «dê a cara» pelo Orçamento do Estado para 2014. Na TVI24, a comentadora defendeu que as contradições no seio do Executivo, sobre a negociação de um programa cautelar já para 2014, comprovam não apenas que o programa de resgate falhou, mas remetem também para um comportamento «esquizofrénico» do Governo na tentativa de esconder que a filosofia da troika vai permanecer, mesmo após a conclusão do programa de ajustamento.

«O que se percebe aqui é que há uma série de governos e não há primeiro-ministro, não há liderança neste Governo», começou por afirmar Constança Cunha e Sá no espaço de análise nas «Notícias às 21:00». Numa referência às declarações do ministro da Economia, Pires de Lima, a comentadora salientou que «o que une neste momento o Governo é aplicar o programa de ajustamento e correr com a troika». Dois objetivos que, no entender de Constança Cunha e Sá, são contraditórios e revelam um «Governo esquizofrénico», já que não se pode dizer que se quer correr com a troika e, ao mesmo tempo, dizer que se quer cumprir o programa de ajustamento da troika.

Para a comentadora, «isto mostra uma coisa muito simples: é que ninguém dá a cara por este Orçamento». No meio da confusão e das afirmações contraditórias, «o Governo consegue uma coisa que é iludir o essencial», defendeu. Para Constança Cunha e Sá, iludir o essencial passa por não dizer que, com programa cautelar ou com segundo resgate, a linha de austeridade que tem sido traçada pelo BCE, pela Comissão Europeia e pelo FMI vai continuar. «E por outro lado ilude-se outra coisa muito importante: programa cautelar ou segundo resgate, o que provam de facto, é que o programa de resgate falhou. A política do Governo falhou. Porque senão não havia necessidade de nada disto», explicou.
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