PSD diz que 2015 é ano de esperança - TVI

PSD diz que 2015 é ano de esperança

Cristóvão Simão Ribeiro

Mas a oposição acusou a maioria de fomentar apenas a pobreza e a emigração

O PSD afirmou esta quarta-feira que desde 2011 o Governo se preocupou em defender o Estado social perante «uma dívida monstruosa» e dificuldades sem precedentes, enquanto a oposição acusou a maioria de fomentar apenas a pobreza e a emigração.

«Quem não tem memória não honra a sua história e é importante lembrar que este Governo, esta maioria, fez um relevante serviço na salvaguarda do Estado e em particular do nosso Estado Social», afirmou o deputado Cristóvão Simão Ribeiro, recentemente eleito líder da JSD, numa declaração política no Parlamento.


Na sua declaração política, a primeira de 2015 na Assembleia da República, o social-democrata referiu que em 2011 apenas a maioria PSD/CDS-PP respondeu positivamente «quando outros atiraram a toalha ao chão e deixaram o país sem autonomia, sem esperança, com o peso de uma dívida monstruosa e castradora do futuro das novas gerações».

O novo líder da JSD criticou ainda o PS, caracterizando-o como o partido «das três bancarrotas em Portugal» e disse que a atual liderança de António Costa «quer mudança para ser Governo, mas não está disposta a mudar a sua forma de atuação».

«Em 2010, Portugal tinha um défice de 11,2%, o mais alto da nossa História democrática. Este cenário tem um rosto e um responsável, o responsável pelos 153 milhões de euros em relatórios e estudos associados ao TGV, pelas ruinosas PPP rodoviárias, pelo desastre da Parque Escolar», atirou, numa crítica aos socialistas.


Simão Ribeiro advogou que «nenhum outro Governo teve de enfrentar tanta dívida» ou «teve de corrigir tantos erros do passado» como o executivo liderado por Pedro Passos Coelho, mas que 2015 se inicia «com uma nova esperança« e «mais liberdade e maior soberania» com a saída da troika.

«A juventude portuguesa sabe que a dívida está controlada e Portugal financia-se a mínimos históricos, quem na realidade defende o Estado social é esta maioria, porque quem valoriza o Estado social é quem o paga e quem o reforma e não quem o afunda dando tudo a todos, até não haver mais nada para dar. Salvar o Estado social é tirar a troika de Portugal, não é pô-la cá dentro», sustentou.


Da bancada do PS, o deputado Pedro Delgado Alves acusou o PSD de esquecer vários dados que mostram «a taxa de risco de pobreza a subir», a «pobreza infantil acima dos 30%» ou «a fuga de cérebros a aumentar», lembrando que a taxa de desemprego juvenil conhecida hoje (34,5%) é a maior da União Europeia.

«É azar, de facto», ironizou o antigo secretário-geral da JS, que lamentou «a mesma conversa estafada sobre o défice e as contas públicas» ou o «requentar do discurso sobre o TGV».

«Ou fazemos um debate sério, com base na realidade e nos números que infelizmente não são bons ou encaramos isto como uma mera troca de galhardetes, sem resultados para o país», rematou o socialista.

Pelo BE, a deputada Mariana Mortágua dirigiu-se a Simão Ribeiro para atacar «o rotativismo» entre os dois maiores partidos: «Fala do PS como se o PSD nunca tivesse governado este país, não tivesse a sua quota-parte das PPP, das rendas da energia, do apoio à banca e na crise e no défice».

«O grande projeto de que se orgulha foi o projeto que retirou qualquer esperança de futuro neste país, o projeto que tornou a precariedade permanente na vida dos jovens», criticou, exemplificando com o aumento do trabalho em call centers, os «turnos em caixas de supermercados» ou a emigração para Londres, para França ou para os Estados Unidos.

Sobre a tese de que nenhum Governo enfrentou um cenário tão difícil, afirmou: «O próximo governo é a exceção a essa regra que aqui nos apresentou"»

No mesmo sentido, Rita Rato, do PCP, considerou que declaração política do PSD «passou ao lado dos problemas da juventude e do país« e pretendeu «sacudir responsabilidades pelo agravamento da situação com que os jovens portugueses estão confrontados».

«Não falou nos cortes do abono de família e no aumento da pobreza infantil, do emprego remunerado através de estágios profissionais, é bom relembrar que foi este primeiro-ministro que assim que tomou posse disse aos jovens "emigrem que não fazem cá falta"», afirmou a comunista.


Já a deputada centrista Vera Rodrigues insurgiu-se contra os que no Parlamento se queixam «da falta de oportunidades para os jovens» mas são «contra os estágios profissionais».

«Preferimos um jovem a fazer um estágio profissional do que um jovem desempregado», acrescentou, sublinhando ainda que a maioria se deparou em 2011 com «um país em pré-bancarrota» e com «um desemprego jovem elevado mas que felizmente começa a baixar».
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