Costa garante que fez "tudo" pelo acordo e já pede maioria nas eleições - TVI

Costa garante que fez "tudo" pelo acordo e já pede maioria nas eleições

António Costa

Primeiro-ministro ainda fez um último apelo à abstenção dos partidos de esquerda, mas saiu do Parlamento com o chumbo confirmado e garantindo que vai continuar a "assegurar a governação" seja qual for a decisão de Marcelo

O primeiro-ministro encerrou o debate da proposta do Orçamento do Estado para 2022 "com a serenidade e liberdade de quem está de consciência tranquila". Segundo António Costa, "o Governo apresentou uma boa proposta, centrada nas prioridades do país" e fez tudo para que esta fosse aprovada. Já adivinhando o chumbo do Orçamento, António Costa pediu até uma maioria "reforçada" nas próximas eleições.

"Fiz tudo, tudo o que estava ao meu alcance para assegurar a viabilidade do Orçamento. O Governo cumpriu a sua parte."

O primeiro-ministro alertou que, "agora, tudo depende desta Assembleia da República". "O que agora vai ser votado já não é só a proposta de lei inicial, é o que entretanto foi incorporado, fruto das negociações", completou. Costa enumerou depois várias medidas que constam do Orçamento, avisando que não entrarão em vigor se a proposta for chumbada.

Quando já parecia dar o Orçamento do Estado como chumbado, o que veio a confirmar-se, e a consequente convocação de eleições antecipadas por parte do Presidente da República, o secretário-geral socialista deixou já o aviso à direita e pediu uma "maioria reforçada, estável e duradoura" para a esquerda.

“Esta vitória da direita poderá ser uma vitória de piro”, disse, acrescentando que espera uma"maioria reforçada, estável e duradoura numa próxima sessão legislativa".

Depois do pedido feito, Costa defendeu que a direita não é uma solução governativa para o país e lembrou todas as más medidas que foram aprovadas pelo Governo PSD/CDS: "A direita fechou para obras e não é, seguramente, uma alternativa para o país."

Numa mensagem direta a Rui Rio, assegurou que não é o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que vai "resolver o problema", mas que se bateu na Europa "para que esta não respondesse com austeridade, mas com solidariedade". 

O primeiro-ministro voltou a afirmar que vai respeitar a decisão do Presidente da República, seja ela qual for, e que, pela parte do PS, não vai "virar as costas às responsabilidades para com os portugueses". 

Até às eventuais eleições, Costa prometeu: "Nós não vamos parar!". Ou seja, o Governo vai manter-se em funções até lá.

Já depois do chumbo confirmado, António Costa garantiu que os portugueses podem "contar com o Governo para continuar a assegurar a governação do país, mesmo nas condições mais adversas, sem um Orçamento".

"Cabe ao Presidente da República avaliar esta decisão, o Governo respeita e não terá comentário às decisões", explica, adiantando que o Executivo está pronto para governar por duodécimos e para ir para eleições antecipadas.

O último apelo à abstenção da esquerda

Num último apelo à viabilização da proposta, ainda durante a sua intervenção no hemiciclo, o primeiro-ministro lembrou que o votos a favor do PS seriam suficientes para superar a direita, bastando que "a esquerda não some os seus votos à direita".

Não é necessário que o BE, PCP ou o PEV votem a favor desta proposta de lei. Os votos do PS são suficientes para derrotar os votos da direita. Basta que a esquerda não some os seus votos aos votos da direita para que o Orçamento possa ser viabilizado”."

Para os parceiros de negociação, António Costa criticou sobretudo o Bloco de Esquerda, já que "nenhum partido foi mais longe que o Bloco nesta ideia de discutir aquilo que não é Orçamento”.

O líder do Executivo acrescentou que "das nove propostas apresentadas pelo BE, oito nada têm a ver com esta proposta de Orçamento do Estado e a 9.ª, garantir a possibilidade da reforma antecipada, foi aquela que o Governo já deu aprovação à votação em sede de especialidade".

António Costa acredita que, ultrapassado o pico da crise pandémica e com a chegada do PRR, esta é a pior altura para uma crise política em Portugal.

A última coisa que Portugal precisa é uma crise política neste momento”, culmina António Costa.

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