Nada surpreendido. Passos Coelho já esperava a promulgação do Orçamento do Estado para 2017 por parte do Presidente da República. Afinal de Contas, é o "Orçamento que a Assembleia da República aprovou". Agora é esperar que o Governo o execute bem, "melhor" e com "mais transparência" do que este ano. Recado do líder da oposição, que antecipa já outro tipo de surpresas para 2017.
O que é preciso é que o governo possa executar o seu orçamento, de preferência que o execute melhor do que executou este, com mais transparência, assumindo os planos B que executou de facto este ano e para o ano muito provavelmente mais ter de executar. Esperamos mais transparência e menos opacidade".
Sem nomear os ditos planos B, facilmente se percebe que o presidente do PSD estará a falar, por exemplo, da Caixa Geral de Depósitos para, segundo o partido laranja, estar a empurrar o défice com a barriga.
"Para nós não basta que as metas para o défice sejam corretas e possam ser atingidas. Interessa, sobretudo, que a consolidação possa ser efetiva, sustentável. Que não se chegue aos objetivos assim a encolher a barriga, a suster a respiração, com medidas extraordinárias, com coisas que não são repetíveis", atirou Passos Coelho.
O líder do PSD lembrou que o seu partido votou contra o Orçamento. Falou sempre no plural 'nós' para designar a posição dos social-democratas e carregou na ironia ao dirigir-se ao Governo.
Lesados do BES: uma "encenação"
Quanto à solução encontrada para os lesados do BES, espera que o primeiro-ministro aproveite o último debate quinzenal do ano, que vai decorrer precisamente esta tarde de quinta-feira, para esclarecer tudo. Tintim por tintim. Quer saber, nomeadamente, que "riscos" pode ela envolver, colocando no ar o cenário de estar a "enganar" os porutgueses.
Os portugueses não têm nenhuma culpa desse processos e não têm nada que pagar . Se for assim a encenação que foi feita é para serem simpáticos a uns, aos que perderam, e para ocultar aos portugueses que vão pagar o que seria uma coisa intolerável".
Lisboa e as autárquicas: "Não faremos caixinha disso"
Ainda em resposta aos jornalistas, um terceiro tema: as autárquicas do outono do próximo ano. Passos Coelho disse que ainda não há candidato definido para Lisboa, mas quando houver, tanto aí como noutras câmaras, deixa uma promessa: "Será publico. Não faremos caixinha disso".
Coligações com o CDS até podem nem existir nas principais câmaras, mas a relação de parceria está de boa saúde e é para manter. Quis deixar essa garantia aos jornalistas.
"Se porventura não for possível virmos a ter coligação em Lisboa e no Porto com o CDS isso não quer dizer que não sejamos na mesma parceiros naturais. Não estou tão preocupado nesta fase com isso, estou mais preocupado em apresentar alternativas sérias a governação socialista a essas câmaras".