O partido ecologista Os Verdes anunciou, esta segunda-feira, o voto contra a proposta para o Orçamento do Estado para 2022 e lamentou que o Governo “tenha desistido” de procurar entendimentos.
O Orçamento para 2022 tal como foi apresentado está muito longe de dar resposta aos problemas que se impõem face à dimensão desses mesmos problemas", disse José Luís Ferreira em conferência de imprensa.
O deputado lamentou que o António Costa tenha desistido de negociar com o PEV e justificou esta afirmação com base nas respostas que o partido foi obtendo às propostas realizadas.
Dizemos isto porque o Governo apenas acolheu uma das nossas propostas, tendo manifestado abertura para acolher parcialmente apenas mais duas e sem dizer uma palavra sequer sobre os eixos que nós consideramos prioritários para este Orçamento do Estado. Refiro-me ao combate à pobreza, mas também à necessidade de garantir serviços públicos."
José Luís Ferreira mostrou-se desapontado com a atual proposta, porque esperava que o Governo "mostrasse suficientemente capaz de dar respostas ao conjunto de dificuldades que estamos a atravessar e que exigem respostas urgentes".
Questionado sobre se haverá possibilidade de o PEV alterar o sentido de voto até à votação, o deputado referiu que “'até ao lavar dos cestos ainda é vindima'”, mas tem “muitas dúvidas de que isso venha acontecer”.
Se não conseguimos aferir a disponibilidade do Governo entre julho e outubro… Em dois dias, ou um dia e meio, será difícil que isso venha a acontecer, mas se o Governo der abertura para acolher as nossas propostas, certamente que teremos disponibilidade” para alterar o sentido de voto, acrescentou.
Interpelado também sobre a possibilidade de eleições legislativas antecipadas que está em cima da mesa agora que o 'chumbo' está preanunciado, José Luís Ferreira apontou que “as eleições não são o único caminho”.
O nosso quadro constitucional tem soluções que não apontam apenas para o caminho das eleições, portanto, só teremos eleições se o Presidente da República e o Governo assim o entenderem. Há outras soluções que não passam por eleições. Mas se esse for o caminho, lá estaremos para as enfrentar”, sustentou.
O PEV acrescentou que da parte do Governo faltou “flexibilidade”, apesar de o país estar a recuperar e a sair da pandemia e de as previsões apontarem para o crescimento da economia portuguesa.