Depois de na pré-campanha terem protagonizado um momento de grande tensão, em Braga, os lesados do BES regressaram este domingo à campanha da coligação Portugal à Frente. Estavam à porta dos bombeiros do Cadaval, à espera de Passos Coelho e depois de um encontro com agricultores, o primeiro-ministro recebeu-os.
Lesados do BES reúnem com PM no Cadaval: "disse que não adiantava andarmos a seguir a campanha" #eleicoestvi24 pic.twitter.com/VBlVyh1lg1
— Judite França (@juditefranca) 20 setembro 2015
Três elementos da Associação dos Lesados do BES esperaram uma hora numa sala ao lado do auditório onde decorria o encontro com as associações de agricultores do Oeste, longe dos olhares dos jornalistas. E meia hora depois saíam sem esperança. "Daqui não saiu nada", disse à TVI24 Eduardo Trocato. "Nada. O Governo lava as mãos como Pilatos".
"Não podemos confiar em ninguém. Agora só os tribunais", disse desanimado Trocato, que se sentiu ofendido pela sugestão de Passos Coelho, na passada semana, para que se efetuasse uma subscrição pública para que estes clientes de papel comercial vendido aos balcões do BES recorressem aos tribunais. "Senti-me humilhado. Eu não estou a mendigar. Estou a exigir o que é meu por direito".
Ana Clara Henriques, que também falou aos jornalistas à saída da reunião, revelou o que o primeiro-ministro afirmou no encontro: "Ele disse que está a tentar ajudar-nos, que está a fazer pressão com a CMVM e o Banco de Portugal para entrarem em acordo", mas também nos aconselhou a recorrer á justiça. "Não temos tempo, há pessoas que não têm tempo", referindo-se aos idosos que não aguentam o processo moroso da justiça e dos tribunais.
À saída, Passos não quis falar aos jornalistas sobre o que se passou na reunião: "Eu recebo toda a gente", disse apenas, seguindo depois para o carro parado à porta. Bastou descer as escadas para que apoiantes da coligação gritassem bem alto "Portugal, Portugal", tentado abafar os gritos e as vaias de uma dezena de pessoas, que esperavam à porta dos bombeiros do Cadaval.
Dali, Passos e Portas seguiram para Torres Vedras; e à chegado ao Ramalhal, para o comício, foram recebidos com novo protesto. Do outro lado da rua, meia dúzia de pessoas, empunhavam uma faixa: "We were robbed". Nuno Pereira Lopes, membro da direção da associação dos Lesados do BES, sente-se roubado. Pelo BES, pelo Banco de Portugal e pelo Governo. "O primeiro-ministro prometeu que ia resolver o nosso problema e agora diz que para irmos para tribunal?" Pereira Lopes garante que é um dos muitos ex-militantes do PSD: "Entregamos os cartões. Acreditávamos neste governo e neste primeiro-ministro e ele virou-nos as costas".
Lesados do BES avisam: "vamos continuar a acompanhar a campanha" da coligação #eleicoestvi24 pic.twitter.com/7IhonyM3EH
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Lesados do BES protestam à porta de jantar-comício do #paf #eleicoestvi24 pic.twitter.com/k4JZGoZ90d
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