Passos sobre o BES: “Há silêncios ensurdecedores nesta campanha eleitoral” - TVI

Passos sobre o BES: “Há silêncios ensurdecedores nesta campanha eleitoral”

Primeiro-ministro não esclarece quem está em silêncio, mas garante que tem “provas dadas de que não está apenas ao serviço de alguns, mas ao serviço de todos”. E, por isso, não se arrepende, “nem por um segundo”, de não ter tentado salvar o Banco Espírito Santo

Foi o próprio Passos Coelho a trazer o tema do colapso do BES à campanha eleitoral. Num jantar-comício em Torres Vedras, no primeiro dia oficial de campanha, e depois de um dia pontuado por pequenos protestos dos lesados do BES, o também primeiro-ministro garantiu que não se arrepende de não ter tentado salvar o Banco Espírito Santo.

“O Estado podia evitar, e evitou, que todo o país fosse transformado [num país] de enganados e lesados do Grupo Espírito Santo”.

Desta premissa, saltou para o plano político: “Temos de ter à frente do Estado e do Governo quem possa realmente lutar contra os privilégios, e só pode lutar contra os privilégios quem tenha provas dadas de que não está apenas ao serviço de alguns, mas sim ao serviço de todos".

"E aqui deixem-me dizer: nesta campanha eleitoral, há silêncios muito ensurdecedores, muito ensurdecedores", declarou Pedro Passos Coelho, sem nunca falar no Partido Socialista, nem esclarecer a quem se referia em concreto.

Mas a insinuação ficou no ar: “A função do Estado não é salvar grupos privados, a função do Estado é garantir a independência do Estado ao serviços dos cidadãos” e, por isso, garantiu não se arrepender “nem por um segundo de não ter dito à Caixa Geral de Depósitos que fosse salvar o Grupo Espírito Santo”.

No discurso, Passos Coelho introduziu o tema contando aos militantes presentes no comício que “ainda hoje” tinha falado “com pessoas que vivem com dificuldades”, “que foram enganadas”, e garantiu que tem a “maior das preocupações com quem é enganado” nestas circunstâncias, mas os lesados, que se reuniram com o primeiro-ministro e o vice-primeiro-ministro, no Cadaval, saíram do encontro “sem esperança”, mas com a promessa: “Não vamos desistir”.
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