UE: discurso de Durão divide eurodeputados portugueses

A reacção ao discurso sobre o Estado da União feito, em Estrasburgo, por Durão Barroso variou entre o apoio fervoroso do eurodeputado social-democrata Paulo Rangel às críticas contundentes da comunista Ilda Figueiredo, avança a agência Lusa.

«Penso que foi um grande sucesso», concluiu Rangel questionado pelos jornalistas depois de o presidente da Comissão Europeia ter discursado e debatido o Estado da União na sessão plenária do Parlamento Europeu durante quase três horas.

O eurodeputado português sublinhou a forma positiva como várias famílias políticas europeias receberam as ideias de Durão Barroso e classificou de «novidades muito interessantes» as ideias avançadas, principalmente nas áreas da energia e da revisão orçamental.

Vital Moreira referiu por seu lado que o discurso de Durão Barroso foi «demasiado optimista», mas reconheceu que a situação económica geral na Europa «melhorou muito no último ano».

O presidente da Comissão apresentou «novas propostas que a serem concretizadas trarão um maior crescimento, emprego e bem-estar na União», resumiu o eurodeputado eleito pelo PS.

Marisa Matias do Bloco de Esquerda não concorda com Durão Barroso quando este diz que «o pior já passou» e sublinhou que a esquerda deve estar atenta e pronta para «cobrar» no futuro se Durão Barroso não cumprir algumas propostas feitas.

A eurodeputada deu o exemplo das ideias avançadas de criação de uma taxa de transacções financeiras e a criação de uma força especial de combate a situações de catástrofe e emergência.

Por seu lado a comunista Ilda Figueiredo realça que o discurso de Durão Barroso «não teve em conta a realidade actual da UE e, de um modo geral, limitou-se a repetir» as habituais grandes linhas de orientação do executivo comunitário.

«No fundamental o que tivemos foi o esquecimento completo da gravidade da situação económica e social em vários países europeus», resumiu a deputada europeia.

José Manuel Durão Barroso proferiu hoje em Estrasburgo pela primeira vez o discurso sobre o estado da União no Parlamento Europeu, ao longo do qual fez um balanço do último ano e traçou as prioridades para os próximos meses.