Louçã acusa Sócrates de ser «vira-casacas» - TVI

Louçã acusa Sócrates de ser «vira-casacas»

José Sócrates (arquivo)

Bloco de Esquerda levou perguntas ao debate quinzenal. E concluiu que o primeiro-ministro recusa o que defendia quando estava na oposição. Primeiro-ministro acusa BE de ser «radical» e «intolerante»

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Francisco Louçã levantava-se para fazer perguntas. Na réplica, o primeiro-ministro respondia com... outra pergunta. O debate quinzenal, esta quarta-feira no Parlamento, ficou marcado pela moção de censura apresentada pelo PCP, especialmente para a revisão do Código de Trabalho, mas também pela posição assumida pelo Bloco de Esquerda, que não deixou passar em claro o tema e levou um conjunto de perguntas ao Governo, baseadas num projecto-lei de 2003, quando Sócrates estava na oposição, respondidas pelo agora primeiro-ministro com as propostas desta revisão do Código de Trabalho.

Depois de uma ronda de perguntas e contra-perguntas, um método pouco usual no debate parlamentar com a presença do primeiro-ministro, Sócrates saudou as propostas do Bloco e Louçã criticou as do Governo. «Quando está na oposição, diz uma coisa, quando está no Governo, diz outra - é a política de vira-casacas», concluiu o deputado bloquista.

Sócrates replicou que o Bloco de Esquerda estava a ir à boleia do PCP, contra as alterações ao Código de Trabalho: «O seu medo é que consigamos um consenso social. Queremos que a proposta agrade aos parceiros sociais e temos essa obrigação».

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«Tu... Rua!»

«Como é que alguém pode fazer um compromisso consigo? O cerne desta revisão possibilita um despedimento por inadaptação, um despedimento sem justa causa. E permite o livre arbítrio da entidade patronal. É o mesmo que dizer: "Tu... Rua!"». E acusou ainda o primeiro-ministro de «lançar uma guerra contra a esquerda. Veja o que dizem homens e mulheres de esquerda, mesmo no PS; querem políticas de solidariedade».

Sócrates, na resposta, acusou o Francisco Louçã de ser «radical» e «não compreender a democracia». «O senhor deputado divide os sindicatos entre sérios e não sérios: esse é o «problema dos partidos radicais, são intolerantes com os outros e fazem julgamentos morais».
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