Maioria acusa PS de fazer "uma bola de sabão muito bonita" - TVI

Maioria acusa PS de fazer "uma bola de sabão muito bonita"

Parlamento

Em causa, o anunciado cenário macroeconómico apresentado pelos socialistas

A maioria PSD/CDS-PP acusou esta quinta-feira o PS de fazer "uma bola de sabão muito bonita" através do anunciado cenário macroeconómico, enquanto toda a oposição desconfiou dos dados de sucesso da empregabilidade dos estágios e outros programas governamentais.

No debate parlamentar de urgência solicitado pelos socialistas sobre "situação laboral, emprego e desemprego", o PCP também se queixou de ter questões formuladas ao Ministério da Solidariedade, Trabalho e Segurança Social por esclarecer desde janeiro, mas os responsáveis do executivo garantiram existir uma alta taxa de sucesso naquele setor.

"O PSD não promete 150 mil ou 300 mil postos de trabalho (como o PS fez). Fazem uma bola de sabão, muito bonita no ar, mas que quando rebenta nos deixa sem nada", afirmou a deputada social-democrata Mercês Borges, referindo-se também às medidas admitidas pelos socialistas, com base no recente documento elaborado por 12 economistas, embora reconhecendo que "o desemprego é um flagelo" e que há que "trabalhar cada vez mais para tirar o país do verdadeiro descalabro" em que foi entregue pelos socialistas.


O parlamentar democrata-cristão Artur Rego afirmou que "o PS consegue fazer repetidamente a figura triste de ser quase antiportuguês", ao não reconhecer dados estatísticos positivos, acusando o maior partido da oposição de "demagogia", em virtude do "documento de 100 páginas em que traçam cenários miríficos".

"Os números oficiais podem não agradar, mas escusam de estar sempre a martelá-los. Não são 70%, são 30%, diz o Instituto do Emprego e da Formação Profissional (IEFP)", contrariou o deputado do BE José Soeiro sobre afirmações anteriores do ministro Mota Soares de uma alta taxa de retenção (pessoas que passam a ter contratos sem termo nas empresas, após estágios e outros programas de inserção).


O ecologista José Luís Ferreira defendeu que as "medidas ativas de emprego que este Governo apresenta são apenas para inglês ver" porque põem "o Estado a financiar a precariedade ou são levadas a cabo a pensar no período da campanha eleitoral".

O líder do grupo parlamentar comunista, João Oliveira, e a sua colega de bancada Rita Rato interpelaram a mesa sobre a falta de respostas por parte do Governo a questões já efetuadas e sugeriram que o executivo da maioria recorre a números "forjados" para fazer "propaganda".

O secretário de Estado do Emprego, Octávio de Oliveira, referiu que foram enviadas respostas ao grupo parlamentar do PCP "em 29 de janeiro quanto à empregabilidade dos estágios profissionais", esclarecendo, segundo o IEFP, que, "passados seis meses do estágio, esses jovens continuam no sistema da Segurança Social, havendo portanto, efetivamente, empregabilidade".

"O ano de 2013 foi de criação emprego, o ano de 2014 foi de crescimento do emprego. Em sete trimestres, verificamos que o emprego aumentou em 137 mil pessoas, o desemprego diminuiu em 229 mil pessoas", garantiu Octávio de Oliveira, descrevendo os dados como "mais emprego e melhor emprego".

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