«Nunca vi um jornalista que tivesse declarado ceder a pressões» - TVI

«Nunca vi um jornalista que tivesse declarado ceder a pressões»

Parlamento

Presidente da ERC diz que alegações são difíceis de avaliar

Relacionados
O presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) afirmou que, apesar da existência de queixas de alegadas pressões dos poderes político e económico, nunca houve um jornalista que declarasse ter-se submetido a elas.

«São frequentes as alegações sobre a existência dessas pressões. Nunca vi um qualquer jornalista que tivesse declarado ceder a pressões de qualquer poder político, económico ou outro», disse José Azeredo Lopes na Comissão de Ética, Sociedade e Cultura da Assembleia da República.

O presidente da ERC recordou que desde 2006, o organismo abriu vários processos relativos a alegadas pressões ou condicionamentos por parte dos poderes político e económico.

«A ERC verificou o quão difícil é avaliar alegações de pressões por parte do poder político ou económico», disse.

Sócrates «tem tido formas de intervenção pública sobre órgãos de comunicação social veementes

Azeredo Lopes considera que o organismo regulador «não tem condições para sopesar a legitimidade ou ilegitimidade de pressões, perante versões contraditórias», referindo que a ERC «não está especialmente vocacionada para aquilo que a dada altura se parecia ter transformado no campeonato nacional das pressões».

Respondendo ao PSD, que o questionou sobre a relação do primeiro ministro com os media, o presidente da ERC disse que José Sócrates «tem tido formas de intervenção pública sobre órgãos de comunicação social» que classificou de «veementes», mas sublinhou que «o exercício da liberdade de opinião é irrestrito».

«Se acredito na liberdade de expressão e de opinião, tenho que a defender, concorde ou não com as opiniões e com a forma como elas são expressas», afirmou.

Azeredo Lopes considerou que «não é totalmente indiferente a expressão destas opiniões críticas», afirmando que a ERC pode aí intervir para averiguar «se a jusante há ou não consequências».

Liberdade de expressão em Portugal «não está em crise»

O responsável defendeu que a liberdade de expressão em Portugal «não está em crise», mas alertou para «o estado de saúde da liberdade de imprensa».

«A liberdade de imprensa está sujeita a vários factores, sendo o mais preocupante o estado de saúde económico-financeiro dos órgãos de comunicação social», disse.

Azeredo Lopes sublinhou que a «debilidade económico-financeira pode ter repercussões muito graves sobre a liberdade de imprensa» e considerou que a independência dos jornalistas é posta em causa pelas «condições de trabalho, precariedade dos vínculos laborais e o índice médio remuneratório».
Continue a ler esta notícia

Relacionados