BE acusa Passos de «esconder» dívida na Madeira - TVI

BE acusa Passos de «esconder» dívida na Madeira

Parlamento de férias [TIAGO PETINGA/LUSA]

Bloquistas dizem que primeiro-ministro fez «favor partidário»

Relacionados
O BE acusou esta quinta-feira o primeiro-ministro de ter feito «um favor partidário» à Madeira e «escondido» da opinião pública «o buraco de 500 milhões de euros» na dívida, para além de «esquecer» as promessas eleitorais de não aumentar impostos, noticia a Lusa.

«Quem ouve o Governo a falar de rigor até parece que se esqueceram da Madeira. As notícias da governação de Alberto João Jardim dão conta de um buraco que vai sendo descoberto a cada dia que passa mas, sobre isso, Passos Coelho nada diz. Escondeu dos portugueses que o buraco seria de 500 milhões de euros, num claro favor partidário», afirmou o deputado bloquista Pedro Filipe Soares.

Numa declaração política na Assembleia da República, Pedro Soares criticou que o país tenha conhecido «este facto pela voz das instituições europeias» e assinalou que o próprio ministro das Finanças «reconheceu que se vive naquela região uma situação de crise insustentável».

«Qual é a solução para o problema? Passos Coelho viajará, dentro de dias, para a Madeira, para passar o cheque a Alberto João Jardim», acrescentou.

«Crítica desajustada»

Pelo PSD, o deputado Nuno Reis salientou uma «campanha eleitoral em que não houve promessas» e o cenário «difícil» que o novo Governo enfrenta: «A maior divida pública dos últimos 150 anos e o maior desemprego dos últimos 80 anos».

«Um Governo com apenas dois meses de mandato, essa é uma crítica desajustada, que faz tábua rasa de um plano que resulta de um acordo do Estado português com instituições europeias», afirmou, interrogando se o BE se arrepende de não ter reunido com a troika.

Já o deputado João Almeida, do CDS-PP, considerou «fracos» os argumentos do BE, lembrou que «as pensões mais baixas vão aumentar» e que os centristas «muitas vezes» alertaram para que se «evitasse a situação de recorrer a um pedido de ajuda externa», visto que o país perderia «parte da sua autonomia» e ficaria numa «situação de protectorado».

Na sua intervenção, o parlamentar do BE referiu-se ao documento de estratégia orçamental apresentado por Vítor Gaspar para atacar os aumentos de impostos anunciados nos últimos dois meses e afirmou que «ao querer ir mais longe do que a troika» o Governo «está a lançar o país ainda mais fundo na recessão».

«Chegados ao Governo, o mundo mudou outra vez. Entre aumento do IVA, da energia e imposto extraordinário já vão 1925 milhões de euros a mais do que o imposto no memorando, mais de um 1 por cento do PIB», notou.

Pedro Filipe Soares realçou, neste contexto, as medidas já apresentadas pelo seu partido no plano fiscal: um imposto de solidariedade sobre as grandes fortunas para taxar o património global acima dos 2 milhões de euros, a taxação das mais-valias bolsistas através do seu englobamento no IRS dos agentes singulares e o fim da isenção em IRC das recebidas por entidades colectivas, a taxação dos rendimentos de capital no imposto extraordinário e uma auditoria pública à dívida da região autónoma da Madeira.

Miguel Tiago, do PCP, criticou também o que disse serem «as opções de classe» deste executivo e «a falta de coragem perante os poderosos», afirmando que há «despedimentos encapotados na educação que agravam» a crise.
Continue a ler esta notícia

Relacionados

EM DESTAQUE