Estado deve «fazer tudo para salvar vidas» mas não a qualquer custo - TVI

Estado deve «fazer tudo para salvar vidas» mas não a qualquer custo

Primeiro-ministro referiu-se à polémica em torno do medicamento para a hepatite C, dizendo que o Estado se deve esforçar para encontrar soluções, o que não significa que possa suportar qualquer preço exigido

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O primeiro-ministro afirmou hoje que os Estados devem «fazer tudo o que está ao seu alcance para salvar vidas humanas» mas não «custe o que custar», considerando «realmente preocupante» os problemas de acesso a medicamentos contra a hepatite C.

Em Santa Maria da Feira, Passos Coelho foi questionado pelos jornalistas sobre problemas de acesso a medicamentos contra a hepatite C, salientando que é uma «situação realmente preocupante» e sublinhando que «o Estado português, juntamente com outros Estados europeus, tem vindo a concertar uma estratégia de modo a poder aceder a esses medicamentos mais inovadores a custos que sejam suportáveis».

«Os Estados devem fazer tudo o que está ao seu alcance para salvar vidas humanas, os Estados devem fazer tudo o que está ao seu alcance para garantir os melhores cuidados de saúde mas é mentira que custe o que custar, no sentido em que tenhamos os recursos ilimitados para suportar qualquer preço de mercado, isso não existe nem em Portugal nem em lado nenhum do mundo», enfatizou.

Na opinião do primeiro-ministro, o preço que está a ser solicitado pela empresa que tem a patente deste medicamento «não é adequado sob nenhum ponto de vista».

«Eu discordo da forma como essas perguntas [sobre o preço da vida humana] são colocadas porque elas só podem ter um propósito que é o de entender que qualquer que seja o custo de qualquer coisa, ele tem que ser suportado não importa o quê. E todas as pessoas sabem que não é assim», respondeu.

Interrogado sobre quando este problema estará resolvido, Passos Coelho sublinhou que isso não depende só do Governo e por isso não tem uma resposta para dar, esperando, no entanto, que o acordo com a empresa possa acontecer tão rápido quanto possível.

«Nós devemos ter uma contenção muito grande quando estamos a ouvir pessoas que estão perante tragédias que nós devemos respeitar. E esperaria que a comunicação social fizesse o mesmo, quer dizer que não se aproveitasse daquilo que é trágico que acontece a pessoas que são vítimas de situações limite para prender pessoas aos telejornais, às rádios ou aos jornais», disse.

«Não me deixe morrer, eu quero viver», gritou hoje José Carlos Saldanha, doente que aguarda tratamento contra a hepatite C, ao dirigir-se ao ministro da Saúde, durante uma audição na Comissão Parlamentar da Saúde.

Para Passos Coelho «dar a notícia não significa alimentar-se dessa desgraça», lamentando «profundamente que exista seja quem for que possa ser vítima deste tipo de situação».
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