"Estes quatro anos ficarão na história por muito boas razões" - TVI

"Estes quatro anos ficarão na história por muito boas razões"

Passos Coelho defendeu que a legislatura que agora termina pode "abrir ao país quatro anos de crescimento"

O primeiro-ministro e presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, defendeu hoje que os quatro anos desta legislatura ficarão na história pelas melhores razões e lamentou que as oposições não se congratulem com a situação do país.

"A história destes quatro anos ficará na história do país pelas melhores razões", afirmou Passos Coelho, no início de um jantar com o grupo parlamentar do PSD, na Assembleia da República. "Estes quatro anos ficarão na história por muito boas razões", reforçou.


Segundo o presidente do PSD, "estes quatro anos podem abrir ao país, se o país assim o entender, os quatro anos seguintes de crescimento, de correção nas assimetrias que ainda hoje estão bem patentes na distribuição dos rendimentos, portanto, nas desigualdades sociais, na geração de emprego".

"E eu espero que, se tivermos a confiança dos portugueses, possamos acrescentar esses quatro anos de desenvolvimento e de crescimento a estes quatro que resolveram problemas dos mais complicados que a sociedade democrática herdou, por não ter sido previdente, por não ter sido madura, não ter tido a responsabilidade de pensar no futuro", acrescentou.


Nesta intervenção, Passos Coelho destacou o facto de o Governo PSD/CDS-PP ter concluído o programa de resgate assinado em 2011 e reafirmou que esse trabalho "parecia quase impossível de cumprir", devido aos "termos que tinham ficado acordados entre o anterior Governo e as instituições da 'troika'".

A este propósito, o primeiro-ministro voltou a alegar que, no início desta legislatura, foi detetado um "desvio orçamental" que obrigou "a um esforço colossal" para cumprir as metas traçadas para a consolidação das contas públicas.

Citando "o primeiro relatório que a 'troika' fez em Portugal, quando concluiu a primeira avaliação, em agosto de 2011", Passos Coelho referiu que foi verificado "um desvio face ao que estava estimado para aquele ano de 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB)", correspondente a "qualquer coisa como dois mil milhões de euros".

"E nós cumprimos. Exigiu, realmente, um esforço grande. Tivemos de ganhar credibilidade, nomeadamente credibilidade negocial. Conseguimos fazer a revisão destas metas, felizmente, um ano depois. Conseguimos suavizar as condições de financiamento à economia. Conseguimos fazer uma reforma estrutural extremamente ambiciosa", reivindicou.


Segundo Passos Coelho, isso "permitiu que, a partir de 2013, a economia começasse a recuperar", mas o trabalho do executivo PSD/CDS-PP não é reconhecido pelos partidos da oposição.

"Chegamos ao fim da legislatura e não há oposição ou oposições que estejam satisfeitas pelo facto de a nossa economia a estar crescer, de o emprego estar a crescer, de o desemprego estar a descer e de, portanto, podermos todos projetar para futuro outra confiança, outra esperança", lamentou.


Neste ponto, o primeiro-ministro fez alusão à situação da Grécia, declarando: "Infelizmente, [houve] outros que, sem terem ouvido as recomendações da nossa oposição, as executaram no seu próprio país para infelicidade dos seus próprios cidadãos".

"Estes quatro anos podem ficar na história, não por terem sido um acidente, mas por terem permitido a Portugal escolher um caminho sério, um caminho convicto de uma nação que quer mesmo ser uma nação desenvolvida, lutar mesmo contra as desigualdades, criar mesmo mais justiça", considerou.


Uma palavra de conforto aos que deixarão de ser deputados 


Pedro Passos Coelho referiu hoje que nem todos os atuais deputados do PSD poderão "bisar" na próxima legislatura e deixou uma palavra de conforto aos que vão sair do parlamento, afirmando que conta com a sua intervenção cívica.

"Nem todos os que aqui estão bisarão o seu mandato nos próximos quatro anos, porque só por milagre é que tal sucederia", declarou o presidente do PSD.

"Fiquem bem cientes os que vão bisar e os que porventura o não poderão fazer de que todos, mas todos mesmo, tiveram uma intervenção decisiva naquilo que fizemos até hoje, mas continuarão a ter uma palavra decisiva no futuro que temos à nossa frente", acrescentou.


Rodeado pelos deputados do PSD, que o escutavam de pé, Passos Coelho procurou relativizar a importância do exercício de funções públicas, dizendo que, para além das "instituições, com todo o peso que têm bem", é também necessário que "cada um" dos cidadãos intervenha civicamente e dê "o melhor" de si ao país.

Antes, o líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, motivou um longo aplauso quando elogiou Pedro Passos Coelho, apontando-o como "um exemplo de dedicação, de competência, de credibilidade".

"Nós tivemos uma liderança forte, alicerçada no trabalho, na seriedade, na coragem, na tenacidade", disse Luís Montenegro.

O líder parlamentar do PSD manifestou "muito orgulho" no trabalho da atual maioria.

"Todos nós cumprimos a primeira parte da missão com que nos apresentámos às eleições legislativas de 2011, que era porventura a mais complexa", considerou.


"Mas é apenas a primeira parte da nossa missão, que vai ter de se continuar a cumprir a partir do próximo ato eleitoral", acrescentou, defendendo que é preciso "mobilizar os portugueses para não desperdiçarem todo o esforço que foi feito" nos últimos quatro anos.

Neste jantar do grupo parlamentar do PSD de final de sessão legislativa estiveram presentes vários ministros e a presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, foi especialmente saudada por Luís Montenegro e por Pedro Passos Coelho.

"É um orgulho e foi um orgulho, podermos conviver com ela nestes quatro anos", disse o líder parlamentar do PSD, considerando que Assunção Esteves "deixa um trabalho de prestígio, de dignificação da função parlamentar".


Passos Coelho assinalou que Assunção Esteves foi "a primeira presidente da Assembleia da República" e considerou que "deixa, de facto, uma marca importante na forma como a democracia teve de conviver e digerir, provavelmente, o período mais conturbado e desafiante" desde o 25 de Abril de 1974.
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