Passos acusa Governo de impor "lei da rolha" nos incêndios - TVI

Passos acusa Governo de impor "lei da rolha" nos incêndios

  • 19 jul 2017, 01:07
Pedro Passos Coelho

Líder do PSD criticou restrições impostas à Proteção Civil. E voltou a condenar o facto das vítimas dos incêndios de Pedrógão Grande ainda não tereme recebido o apoio solidário dos portugueses

O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, acusou terça-feira à noite o Governo de impor a "lei da rolha" aos serviços de proteção civil, por ter como "política primeira a da comunicação".

Esse é o tempo que vivemos hoje, o tempo da demagogia política e é o tempo em que a política primeira, preferida, da maioria e do Governo é a da comunicação. Não vá a comunicação falhar, tivemos hoje notícia, provavelmente a última, de que a lei da rolha se deverá observar em matéria de serviços de proteção civil", criticou Passos Coelho, no seu discurso no jantar do grupo parlamentar do PSD.

A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) decidiu a partir de quarta-feira fazer dois "briefings" diários, incluindo aos fins de semana, sobre os incêndios no país, um de manhã e outro ao final do dia.

Assim é mais fácil ser bem-sucedido na política de comunicação: é essencial que não haja notícias e depois espera-se que as que são captadas pela realidade não sejam tão más", disse, lamentando que as vítimas dos incêndios de Pedrógão Grande ainda não tenham visto "um tostão" do apoio solidário dos portugueses.

Vivemos, portanto, um tempo de demagogia, de dissimulação, com grande destaque à preocupação com a política de comunicação", resumiu, dizendo temer que nada mude na próxima metade da legislatura.

O líder do PSD acusou ainda o Estado de "continuar a falhar", referindo-se a novos erros de coordenação e falhas no SIRESP nos incêndios de Alijó.

Já começa a ser um bocadinho cansativo no parlamento estar a exigir às pessoas que digam o que estão a fazer em vez de se passearem, como se se tratasse de um cenário, pelos locais da tragédia", criticou.

"É necessário muito mais para o futuro"

Para os próximos dois anos de Governo PS - que disse acreditar que cumpra a legislatura -, Passos Coelho deixou um desejo: "Que nos poupassem às promessas e fizessem, porque o país não pode viver eternamente daquilo que já se fez no passado e digerir as reversões que já foram feitas. É necessário muito mais para o futuro".

No seu discurso, de cerca de 40 minutos, Passos sublinhou que o Governo "está a meio" da legislatura, e chamou a atenção para exemplos práticos de que "a maioria funciona", como uma recente aprovação de uma garantia pública para os lesados bancários em que o BE mudou o seu sentido de voto para permitir a viabilização da lei, depois de o PSD votar contra.

Passos Coelho voltou a referir-se à privatização da PT, reiterando que ela não foi feita pelo seu Governo, que se limitou a terminar com a ‘golden share' do Estado.

Não foi por a ‘golden share' ter ido à vida que a empresa ficou pior, foi a coberto da ‘golden share' que o engenheiro Sócrates tem a seu crédito uma influência, que hoje é conhecida e ninguém duvida, no desfecho que a PT veio a conhecer", salientou.

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