Na próxima semana, Passos Coelho admite «alguma margem» para «adaptações» no Programa de Estabilidade e no Plano Nacional de Reformas. Logo de seguida, o PS recusou o desafio, alegando que, por exemplo, o corte nas pensões é «claramente inconstitucional».
O Parlamento irá debater as medidas na próxima quarta-feira e o Governo vai fechá-las, então, no dia seguinte, para as enviar para a Comissão Europeia.
Pedro Passos Coelho admitiu que este «cuidado» em «ouvir a oposição» está relacionado com a proximidade das eleições. Isto é, o primeiro-ministro quer chamar os outros partidos a ficarem comprometidos com estas medidas. Um desafio para António Costa, portanto.
«Um novo ciclo legislativo irá começar e haverá redobrados cuidados na auscultação e responsabilização de todos os agentes políticos».
Passos quer ir a Bruxelas com um processo «o mais alargado e transparente possível» terminado e uma «estratégia submetida pelo Governo, mas nacional».
Sobre as medidas, o governante sublinhou que as que foram criadas como «extraordinárias» serão «desagravadas» de «forma gradual e equitativa».
«Não vamos abandonar o rigor e disciplina orçamentais que devem sustentar o crescimento».
Algumas ideias para poupar (ou cortar)
Durante o debate quinzenal desta sexta-feira, Passos Coelho prometeu procurar uma solução «aceitável» para o Tribunal Constitucional , no que diz respeito à poupança de 600 milhões de euros que pretende alcançar com a reforma do sistema de pensões.
O primeiro-ministro destapou um pouco o véu das novas medidas, tendo defendido o plafonamento da Segurança Social para os novos contribuintes e a redução dos custos de trabalho para as empresas.
«Desapontado» com o desemprego
O primeiro-ministro admitiu ainda que está «desapontado» com os números do desemprego que o Governo projeta para 2019, já que não irá descer abaixo dos 10 por cento. Por isso, defende que são necessárias outras políticas.
«É talvez o resultado mais desapontador. Significa que teremos ainda, seguramente, de investir mais em políticas estruturais, noutras políticas estruturais, que nos ampliem a capacidade de reduzir o desemprego estrutural para valores abaixo de 10%».
A porta-voz do BE, Catarina Martins, considerou esta meta do desemprego para daqui a quatro anos «o primeiro assumir do falhanço da política» deste Governo.