“As medidas que foram anunciadas valem 0,027% do PIB (Produto Interno Bruto) – 46 milhões (de euros) é, portanto o que nos separa de ter um défice excessivo. Isso parece-me o maior elogio à política que fizemos.”
O líder do PSD considerou que, se se conseguir este ano ficar abaixo dos 3%, a meta de um défice de 2,8% em 2016 definida pelo novo Governo “é na prática não fazer nada” e defendeu que “Portugal tem de ter um objetivo de redução do défice muito mais ambicioso”.
Sobre o sentido de voto do seu partido em relação ao Orçamento do Estado para 2016, disse que aguarda a apresentação do documento.
Passos apontou o que disse serem os “dois grandes problemas” do país. Um, “consolidar o caminho de desendividamento e de recuperação económica”; outro, “o combate às desigualdades sociais”.
Sobre este último, o ex-primeiro-ministro justificou: “Somos um país profundamente desigual e as coisas não melhoraram com a situação difícil que vivemos nos últimos anos”.
Quanto os novos acordos à esquerda, que permitiram a formação de Governo, acusou o PS de estar, “de facto, muito próximo do PCP e do BE”, devido à sua nova geração de dirigentes.
“O PS hoje está, de facto, muito próximo do PCP e do BE porque pensa que o papel do Estado, o papel da economia, o papel da sociedade civil devem ter uma configuração diferente.”
O anterior chefe do Governo disse que se vê como "líder do maior partido da oposição nos próximos dois anos" e, nessa medida, como "candidato a primeiro-ministro".
“Vejo-me nos próximos dois anos como líder do maior partido da oposição e, nessa medida, como candidato a primeiro-ministro”, afirmou o ex-chefe do Governo, na entrevista realizada pelas jornalistas Áurea Sampaio e São José Almeida.
Passos Coelho falou ainda do “relacionamento francamente bom” com o CDS-PP, mas, quando questionado sobre a possibilidade de uma fusão entre os dois partidos, rejeitou a ideia.
“São partidos em que cada um tem o seu espaço próprio e por essa razão é que pode haver relevância em que constituam coligações e até possam fazer uma frente eleitoral em circunstâncias particulares, mas creio que ninguém no PSD ou no CDS está interessado numa fusão dos partidos.”
A propósito das eleições presidenciais, Passos Coelho garantiu que não vai ter um envolvimento “muito intenso” na campanha do candidato Marcelo Rebelo de Sousa, para não lhe dar “um caráter partidário”.