Passos sobre o défice: "Apesar de discordar dos riscos, fico satisfeito" - TVI

Passos sobre o défice: "Apesar de discordar dos riscos, fico satisfeito"

Passos Coelho

Portugal obteve luz verde para saír do procedimento de défice excessivo. O líder do PSD diz-se "satisfeito", apesar de "discordar" da estratégia

O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, reagiu, esta segunda-feira, às notícias de que Portugal tem "luz verde" para sair dos procedimentos do défice excessivo. Passos Coelho diz que está satisfeito, mas não perde a oportunidade de sublinhar que discorda das estratégias orçamentais do Governo de António Costa. 

Apesar de não subscrever a forma como o Governo lidou a estratégia orçamental e de discordar dos riscos acrescidos que nos trouxe, fico satisfeito por portugal ter conseguido atingir a meta orçamental a que o país se tinha comprometido", disse. 

Passos Coelho cumprimentou o Governo pelo resultado obtido, mas sublinhou que "são os portugueses quem estão de parabéns".

Trata-se de um resultado pelo qual todos devemos cumprimentar o Governo do país que assegurou, na condução da política financeira do Estado, as condições que nos qualificam para esta recomendação da Comissão Europeia", afirmou Passos Coelho, em conferência de imprensa na sede nacional do partido, em Lisboa.

O líder do PSD salientou que, "apesar de não subscrever a forma como o Governo lidou com a estratégia orçamental e de discordar dos riscos acrescidos" que trouxe ao país, garantiu que fica "satisfeito por Portugal ter conseguido atingir a meta orçamental a que o país se tinha comprometido".

São os portugueses que estão de parabéns neste dia e são sobretudo os portugueses quem quero felicitar. Foram eles que, ao longo de vários anos, que mais viveram com as consequências sociais e económicas dos desequilíbrios que nos empurraram para os défices excessivos e foram eles a quem coube a parte leão no esforço de recuperação que foi realizado para chegar até aqui", disse, salientando que o país entrou em défice excessivo em 2009, quando o país era governado pelo primeiro-ministro socialista José Sócrates.

Sublinhando as datas dos principais acontecimentos económicos dos últimos seis anos, Passos salienta que o período de resgate económico terminou em 2014, altura em que ainda estava à frente dos destinos do Governo, já que António Costa só tomou posse em novembro de 2015: “Quando em 2011 o governo que liderei tomou posse, o país entrava num dos períodos mais difíceis da sua história democrática, que haveria de terminar há praticamente três anos, mais precisamente em 17 de maio de 2014.”

Desde que encerrámos o período de resgate, temos vindo a ver a nossa economia crescer e o desemprego baixar. Desde 2014 até agora. Também desde 2014, no caso dos pensionistas, e de 2015, para a generalidade dos cidadãos, conseguimos ainda iniciar um processo de recuperação de rendimentos e de remoção paulatina de austeridade, trazida em 2010 e aprofundada no resgate.”

Passos Coelho recordou também todas as vezes que Portugal esteve em procedimento de défice excessivo nos últimos 17 anos. Períodos dos quais foi saíndo, “depois de esforços significativos e sacrifícios assinaláveis”. Por isso, disse, é preciso não voltar.

Se Portugal quer fortalecer a sua credibilidade e proteger os portugueses destes ciclos penosos de défice e dívida, não pode voltar a cometer os mesmos erros. Peço, por isso, a todos, especialmente na esfera política e partidária para terem a humildade suficiente para não ignorarem os desafios que ainda temos à nossa frente, de modo a evitar que esta data não volte, no calendário nacional e europeu, a ser mais um marco deste solavanco histórico em que temos vivido.”

 

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