CDS troca rentrée por «reflexão» com órgãos máximos - TVI

CDS troca rentrée por «reflexão» com órgãos máximos

Debate do Estado da Nação (LUSA)

Paulo Portas quer ouvir Comissão Política e Conselho Nacional antes de comentar as medidas de austeridade anunciadas por Passos Coelho e Vítor Gaspar

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O CDS-PP convocou reuniões da Comissão Política e do Conselho Nacional para sábado, no Porto, sendo prioritárias «do ponto de vista da responsabilidade política» relativamente aos eventos de rentrée previstos, que são cancelados, informou o partido aos militantes, nesta quarta-feira.

«A circunstância de ter terminado a quinta avaliação da missão externa - FMI, CE e BCE - representa um momento político muito relevante. Não só porque a notação favorável da missão externa sobre Portugal é importante, como também porque há consequências, na vida dos portugueses, dessa avaliação que requerem uma reflexão do partido, como é próprio de uma instituição democrática», justificou o secretário-geral do CDS-PP, António Carlos Monteiro, numa comunicação aos militantes, a que a Lusa teve acesso.

As reuniões da Comissão Política e do Conselho Nacional solicitadas pelo presidente do partido e ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, «têm, naturalmente, prioridade, do ponto de vista da responsabilidade política, sobre qualquer outro evento», lê-se na carta.

«Por isso mesmo, decidimos que a realização da Comissão Política Nacional e do Conselho Nacional acontecerão precisamente no próximo sábado, no Porto. Nessa medida, os eventos previstos para a rentrée não poderão realizar-se neste momento», refere António Carlos Monteiro.

A rentrée do CDS previa para sexta-feira um jantar de tomada de posse da distrital do Porto, com a presença do presidente do partido, Paulo Portas, e no sábado um conjunto de painéis sobre vários temas, que culminaria com uma intervenção do líder do CDS e ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros.

Na terça-feira, Paulo Portas anunciou a convocação dos órgãos do CDS-PP, de forma a ouvir o partido e só depois se pronunciar sobre as novas medidas de austeridade.

«A meu ver, fazer declarações públicas enquanto decorre uma avaliação sobre o nosso país cria um ato menos responsável», disse Paulo Portas.

«Terminada a avaliação, e sabendo que o trabalho em concreto vai até à apresentação do Orçamento do Estado, eu convocarei a Comissão Política Nacional e pedirei a convocação do Conselho Nacional do CDS porque quero ouvir o partido, os seus militantes, os seus dirigentes. Uma vez ouvido, farei a súmula e direi o que penso», acrescentou.

Paulo Portas esteve até domingo à noite no Brasil e na Venezuela e justificou não ter falado antes sobre as novas medidas de austeridade por prudência e patriotismo.

«A razão pela qual eu tenho sido prudente em declarações públicas chama-se patriotismo. Portugal foi avaliado pelos seus credores e como sabem não temos ainda condições para vivermos com independência desses credores», justificou Paulo Portas, líder do CDS-PP que, na qualidade da titular da pasta da diplomacia.
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