«Não vale a pena crispar demais o discurso» - TVI

«Não vale a pena crispar demais o discurso»

Paulo Portas lembra ao PSD que o CDS tem um «contributo decisivo» a dar. E que há uma revisão constitucional que necessita de maioria de dois terços, por isso também não se pode esquecer o PS

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Paulo Portas está «preocupado» com a agressividade que tem vindo a notar na campanha eleitoral e lembra que vem aí uma revisão constitucional que necessita de maioria de dois terços no Parlamento para ser aprovada.

«Fico preocupado com a agressividade do PS ao PSD, até parece que José Sócrates não tem explicações a dar. E fico preocupado com a agressividade do PSD contra o CDS, parece que não percebem o contributo decisivo do CDS a dar», afirmou, esta noite, num jantar em Coimbra.

Frisando que, «mais à frente», PS, PSD e CDS vão precisar uns dos outros para aprovar a revisão constitucional e leis de valor reforçado, o líder democrata-cristão avisou: «Não vale a pena crispar demais o discurso, radicalizar demais o discurso. As pessoas não querem nem merecem insultos entre políticos».

Cada vez mais confiante na derrota do PS, Portas reforçou que CDS e PSD «terão de gerar uma maioria nova e diferente e só será mesmo nova e diferente com o CDS com muita força».

Para isso, conta com eleitores de todos os quadrantes. «Claro que vai haver gente que antigamente votava mais à esquerda que agora vai votar no CDS. Que mal é que isso tem? São bem-vindos. Claro que vai haver gente que antigamente votava PSD e que agora vai votar CDS, porque temos ideias mais bem preparadas, meditadas, sustentadas e Portugal não pode falhar», alertou.

Voltando a referir que os conceitos de direita ou esquerda são «demasiado retóricos» e «pouco úteis» para as necessidades «demasiado urgentes» do país, o líder do CDS disse que «o que conta é a competência ou a incompetência, a experiência ou a inexperiência, o realismo ou o idealismo».



Em Coimbra, Portas entrou no pavilhão do União com as capas dos estudantes a seus pés, um gesto que diz ter «percebido». Ressalvando que o presidente da Associação Académica de Coimbra é agora do CDS-PP, antecipou um «terramoto eleitoral em Coimbra», com os jovens a dizerem «fora aos partidos mais velhos e antiquados».

«Há muitos que querem, alguns que não querem, mas Portugal precisa: o CDS vai mesmo crescer muito. E, depois deste comício, já ninguém pára o CDS», concluiu.

«Nenhum partido vai ter maioria absoluta

O presidente da mesa do congresso, Luis Queiró, está convencido que «está na hora da despedida de Sócrates» e que já há mesmo dirigentes socialistas «a preparar a derrota» do PS.

«Eu tenho duas certezas: nenhum partido vai ter maioria absoluta e o PS será derrotado», disse.

Antecipando um Governo de coligação «inevitavelmente» entre PSD e CDS, Queiró sublinhou a «oportunidade rara de os eleitores escolherem exactamente o tipo de Governo que querem».

«Fará toda a diferença se o CDS tiver uma força determinante no futuro Governo. Um Governo coeso, disciplinado, unido, a uma só voz, só é possível com uma presença forte e decisiva na sua composição e definição das suas políticas», afirmou, acrescentando que um Executivo «adulto e experiente só é possível» com o CDS.

Também o cabeça-de-lista pelo distrito de Coimbra, João Serpa Oliva, discursou, garantindo que «Paulo Portas é o líder mais preparado, mais independente e disponível para fazer face à crise imensa em que José Sócrates nos mergulhou».
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