Paulo Portas tem fugido aos confrontos directos com os sociais-democratas, com quem antecipa vir a formar Governo, mas esta noite respondeu a Marques Mendes, que ontem afirmou que só há dois candidatos a primeiro-ministro, Passos Coelho e José Sócrates, atirando o CDS-PP para fora da discussão.
«Quando oiço certos políticos a dizerem que a eleição é entre Sócrates e Passos e que não há terceira via, nós temos de lhes dizer que o CDS não é nenhuma terceira via, é a nova via, a nova escolha, a nova alternativa, a nova equipa, com um novo programa e uma nova esperança», afirmou, num jantar em Santarém.
Para o presidente democrata-cristão, o CDS «incomoda os partidos habituados a serem donos dos votos».
« Não temos de ser reféns de dois partidos que estão um bocadinho velhos e que são tremendamente clientelares, alimentam-se e dependem do Estado», apontou.
Frisando que José Sócrates tem uma campanha «a fazer de conta que é vítima» e que Passos Coelho faz «uma campanha de casos», Portas reivindicou a campanha «mais austera» e reforçou que não há nenhum empate técnico, mas sim um «empate lírico», porque o PS está cinco por cento «abaixo» e não está a «recuperar nenhum voto».
Agradecendo aos «eleitores tradicionais do PS e do PSD» presentes no jantar, o líder do CDS-PP até brincou: «Qualquer dia tenho de começar os discursos com companheiros e companheiras, e até camaradas...»
Paulo Portas falou aos eleitores do centro-esquerda que votaram PS até agora. «Esses eleitores não querem com o voto legitimar o que José Sócrates fez, mas têm receio de certas coisas que ouvem no PSD», explicou, defendendo que o CDS é «mais equilibrado».
A esses eleitores, e também aos que votam normalmente PSD, o líder democrata-cristão prometeu que vai «garantir uma governação moderada e com qualidade».
O discurso de Portas centrou-se sobretudo nas questões da Justiça. Criticando, mais uma vez, socialistas e sociais-democratas de não quererem discutir a situação do sector «em profundidade», pediu mais poderes para o Presidente da República.
Meta «possível»: 30 por cento
O deputado eleito pelo distrito de Santarém, Filipe Lobo d'Ávila, acredita que «é possível» atingir os 30 por cento de votos no próximo dia 5 de Junho.
«Imaginem do que seríamos capazes com 15%, 20% ou mesmo com 30% dos votos. Imaginem e acreditem, porque isso é possível», disse, depois de recordar que, sozinho, foi o autor de 34 por cento das iniciativas legislativas do distrito.
Lobo d'Ávila foi bastante duro com o PSD, pedindo aos eleitores para «esquecerem os Marcelos [Rebelo de Sousa]» e «ignorarem os [Luís Filipe] Menezes, [Marques] Mendes e [Miguel] Veigas desta vida». O deputado não gostou das palavras dos sociais-democratas proferidas nos últimos dias e lembrou mesmo a Marcelo que tem «obrigações de Estado». «Não se esqueça que é conselheiro de Estado...»
O deputado avisou que o CDS «não é subalterno nem submisso de ninguém» e que os eleitores não estão «destinados aos mesmos de sempre», acusando PS e PSD de «incompetência e inconstância».
Portas: «PS e PSD estão velhos»
- Catarina Pereira
- 26 mai 2011, 23:04
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Portas: «PS e PSD estão velhos»
Campanha do CDS-PP
Líder democrata-cristão responde a Marques Mendes e garante que o seu partido não é nenhuma «terceira via»
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