Portas: "Se tivesse de deixar de ser o número dois, deixaria" - TVI

Portas: "Se tivesse de deixar de ser o número dois, deixaria"

Líder do CDS diz ter noção que se uma coligação PSD-PS-CDS viesse a ser formada, perderia o lugar de número dois do Governo. Porém, "o CDS continuaria a contribuir"

O líder do CDS-PP, Paulo Portas, garantiu, esta segunda-feira, que estaria disposto a deixar de ser o "número dois" do Governo, se existisse uma coligação PSD-PS-CDS.

Em entrevista ao Jornal das 8 da TVI, Paulo Portas disse ter noção que, se essa coligação viesse a existir, não seria o número dois, o que não colocaria em causa a sua disponibilidade para integrar o Governo.

Portas disse que as reuniões que têm decorrido nos últimos dias nada têm a ver com "lugares", mas com a tentativa de encontrar estabilidade para o país.

“Isto não é uma questão de lugares, é uma questão de estabilidade, de governabilidade e de confiança para o país. Numa coligação PSD-PS-CDS com certeza que eu não teria a segunda posição no Governo. Eu não acho que o meu destino, ou a minha função prevaleçam sobre o interesse nacional. Com certeza que o CDS continuaria a contribuir num Governo desses.


O líder do CDS recordou que a altura de campanha eleitoral já terminou, e que agora é tempo de alcançar compromissos, porque os portugueses não gostam do que "está a acontecer". Portas vai mais longe e diz que a "regra básica da democracia está a ser ignorada".

“A campanha acabou. Os portugueses votaram [e] os políticos têm que estar à altura. As pessoas não gostam do que está a acontecer, e isto tem um lastro perigoso, porque é a primeira vez que a regra básica da democracia está em causa. Ou seja, há uma tentativa de [fazer com que] quem ganhou não governe. A coligação ganhou as eleições, não é possível ignorar, como o dr. António Costa ignora todos os dias, esse facto, que é o principal."

Paulo Portas reiterou que é a estabilidade do país que está em causa, bem como a credibilidade de Portugal na Europa, e que isso é mais importante que voltar a ser vice-primeiro-ministro. 

“Para evitar um cenário de instabilidade crónica, para evitar que o país volte a ser um problema na Europa, para evitar que os sacrifícios das pessoas sejam deitados fora, e para garantir às pessoas que vão ter quatro anos previsíveis e estáveis e que podemos ter confiança numa recuperação da economia e dos rendimentos, com certeza que se tivesse de deixar de ser o número dois num Governo desses, deixaria."

Na entrevista conduzida por José Alberto Carvalho, Portas atacou o líder do Partido Socialista relembrando o "veto" nos debates televisivos, e os ataques pessoais, que não causaram qualquer problema nas negociações da coligação PSD/CDS com o PS.

“Está a falar com um político que foi vetado pelo dr. António Costa na participação dos debates [televisivos], e isso impediu-me de ter conversas com ele a seguir às eleições? Não. Eu tenho que estar à altura das circunstâncias. A minha função não é mais importante que o interesse nacional. Eu fiz criticas ao António costa durante a campanha eleitoral, mas nunca fiz um ataque pessoal. O mesmo não se pode dizer do dr. António Costa em relação a mim. Nem por isso eu mostrei qualquer ressentimento", acrescentou Portas.

O líder do CDS criticou, ainda, a falta de disponibilidade do Partido Socialista para apoiar, nem que fosse o programa de Governo e o primeiro Orçamento do Estado, acusando António Costa de ter "muito pouca humildade para quem perdeu”.

TVI
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