Rangel considera atual cenário diferente de 2019 quando se opôs a diretas - TVI

Rangel considera atual cenário diferente de 2019 quando se opôs a diretas

  • Agência Lusa
  • BCE
  • 3 nov 2021, 18:46

O candidato à liderança dos sociais-democratas reagiu à polémica em torno das suas declarações num programa da TVI24, em 2019, assumindo que "estão a comparar-se coisas incomparáveis"

O candidato à liderança do PSD Paulo Rangel considerou esta quarta-feira que o atual cenário político, próximo de legislativas antecipadas, “não é semelhante” ao de 2019, quando se opôs às eleições internas no partido, pela proximidade das europeias.

“O cenário não é semelhante. Estão a comparar-se coisas incomparáveis. Em 2019, havia uma moção de censura, não havia eleições normais”, afirmou o eurodeputado ‘laranja’, em Vila Viçosa, no distrito de Évora.

Rangel foi questionado pelos jornalistas sobre uma notícia antiga, de 2019, quando era cabeça de lista do partido nas eleições europeias, que foi republicada, na terça-feira, pelo atual presidente do PSD, Rui Rio, na sua conta da rede social Twitter, de um vídeo do programa Prova dos 9, da TVI24, de 2019.

“Em 2019, não era possível fazer eleições internas por estarmos a quatro meses das europeias. No Conselho Nacional, não havia problema, porque não ia haver legislativas. Agora, há legislativas dentro de três meses, mas já se pode misturar tudo”, escreveu Rio, a acompanhar a notícia.

Esta quarta-feira, o candidato à liderança do PSD Paulo Rangel referiu que “quem marcou estas eleições” foi o presidente do partido, Rui Rio, sublinhando que estas explicações "facilmente mostrariam como se está a comparar o incomparável”.

“Quem marcou eleições, é quem abriu o processo. Não foi ninguém de fora. Foi o presidente do partido, aliás, é o normal, porque, de dois em dois anos, tem que haver eleições. Não vamos suspender a democracia no PSD”, assinalou.

Sobre a data das eleições legislativas antecipadas, Paulo Rangel reconheceu estar “expectante”, pois “é uma decisão importante para o país”, mas reafirmou que aceitará “qualquer decisão do Presidente da República”.

“Da minha parte, ninguém ouviu nem ouvirá nunca uma declaração que ponha em causa a instituição do Presidente da República”, vincou, lembrando “a marcação das eleições e a própria decisão de dissolução é exclusiva competência” do chefe de Estado.

O candidato à presidência do PSD aludiu ainda a “tentativas de condicionamento” do Presidente da República, sem precisar quais, considerando que essas atitudes foram feitas de “modos inéditos e invulgares”.

“Não me recordo de nenhum caso parecido em Portugal e mesmo em situações de grande tensão política. Acho que são censuráveis e, por isso, da minha parte, só ouvirão sempre respeito integral pelo Presidente da República e plena confiança de que o seu critério é o do interesse nacional”, disse.

Paulo Rangel falava aos jornalistas à margem de uma visita a uma pedreira perto de Vila Viçosa, depois de ter sido recebido nos Paços do Concelho pelo presidente desta câmara municipal, Inácio Esperança, eleito pela coligação PSD/CDS-PP/PPM/MPT, e antes de um encontro com militantes em Évora.

As diretas no PSD estão marcadas para 04 de dezembro e, no próximo sábado, vai reunir-se o Conselho Nacional do partido, em Aveiro, para analisar a situação política e um pedido de antecipação do Congresso por parte de dirigentes distritais e conselheiros (na maioria apoiantes de Rangel) de janeiro para entre 17 e 19 de dezembro.

Rio tem-se manifestado contra a realização das diretas face à proximidade das legislativas - cuja data ainda não está marcada -, mas ainda não esclareceu se irá avançar com uma nova proposta formal de adiamento, depois de o Conselho Nacional ter rejeitado essa ideia na última reunião em outubro, ainda antes do ‘chumbo’ do Orçamento do Estado.

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