Eleição de Ferro dá expressão a "nova correlação de forças" - TVI

Eleição de Ferro dá expressão a "nova correlação de forças"

João Oliveira (PCP)

Líder parlamentar do PCP defendeu que o único preceito relevante para a escolha do presidente da Assembleia da República é "o preceito constitucional"

O PCP e o Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) consideraram a eleição do socialista Eduardo Ferro Rodrigues para o cargo de presidente da Assembleia da República como a expressão da "nova correlação de forças" no parlamento.

Após a eleição de Ferro Rodrigues, o líder parlamentar do PCP saudou o socialista e desejou-lhe felicidades no exercício cargo, cumprimentou também o candidato derrotado, Fernando Negrão, apoiado por PSD e CDS-PP, e defendeu que o único preceito relevante para a escolha do presidente da Assembleia da República é "o preceito constitucional".

Quanto à alegada quebra da tradição de eleger para este cargo o candidato indicado pela maior bancada, João Oliveira referiu que esta "é uma eleição que tem registado práticas diferentes" - até 1991 houve por cinco vezes eleições com dois candidatos - e salientou que já houve "um presidente eleito oriundo de um grupo parlamentar que não foi o mais votado, na altura", o CDS - na altura dos governos da AD (PSD/CDS/PPM).

O que importa é que, "nuns casos e noutros", foi cumprido "o preceito constitucional relevante", reforçou o líder parlamentar do PCP.

João Oliveira acrescentou que a eleição de Ferro Rodrigues tem "significado político, mas também simbólico", porque "dá expressão à nova correlação de forças" no parlamento - em que PSD e CDS-PP perderam a maioria parlamentar, somando agora 107 deputados, enquanto PS, BE, PCP e PEV juntos têm 122, havendo ainda um deputado do PAN (Pessoas, Animais e Natureza).

Em seguida, a deputada do PEV Heloísa Apolónia disse que as legislativas de 4 de outubro "serviram para eleger 230 deputados, e não um primeiro-ministro".

Heloísa Apolónia subscreveu que a ideia de que dessas eleições surgiu "um novo quadro parlamentar e uma nova correlação de forças na Assembleia da República", em que de um lado estão as forças que defenderam "a continuidade de políticas" e do outro as que estão a favor de "uma mudança de políticas", que "têm hoje a maioria dos deputados".
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