«Encenação» de moção de confiança não cola «os cacos» do Governo - TVI

«Encenação» de moção de confiança não cola «os cacos» do Governo

PCP e Bloco reuniram por uma política alternativa

Posição da comissão polícia do Comité Central do PCP

A comissão política do Comité Central do PCP qualificou de «encenação» a moção de confiança ao Governo, argumentando que não é possível colar «os cacos» do Executivo ao qual apontam ligações a escândalos dos swap, BPN e BPP.

Aquele órgão do PCP critica o PS por ter participado nas negociações para o «compromisso de salvação nacional» pedido pelo Presidente da República e apela, ainda, à participação na manifestação convocada por estruturas sindicais e comissões de utentes para segunda-feira frente à Assembleia da República.

«A moção de confiança agora apresentada não passa de uma encenação votada ao descrédito, tal como a maioria que a decide e o governo que a apresenta», afirma a comissão política comunista, em comunicado.

A moção de confiança ao Governo é discutida e votada na terça-feira na Assembleia da República.

«Não há colagem dos cacos em que o governo se partiu, não há moção de confiança de uma maioria ilegítima num governo desacreditado, politicamente derrotado e socialmente isolado, que lhe possa dar qualquer credibilidade ou legitimidade», sustentam os comunistas no comunicado.

A comissão política do Comité Central do PCP argumenta que «a marca da política deste Governo está bem expressa na sua composição, no seu compromisso e entrosamento com o grande capital, nas ligações ou envolvimento de membros do Governo em escândalos como os Swaps, o BPN ou o BPP».

«A manobra propagandística de proclamação de um ¿novo ciclo' e ¿um novo governo' visa esconder a realidade de um governo velho e remendado e o propósito da continuação e aprofundamento da política de direita, do rumo de agravamento da exploração, empobrecimento e desastre nacional», defendem.

Para o PCP, «da evolução da situação nacional, a par do posicionamento do Presidente da República, do Governo, do PSD e do CDS-PP fica ainda mais clara a posição do PS».

«A sua participação e posicionamento no processo do chamado compromisso de salvação nacional significou a admissão do prolongamento da vida deste Governo, a reafirmação do seu compromisso com o memorando da troika, a sua aplicação e com a política orçamental de cortes e a viabilização de novos programas de submissão externa», declaram.

Os comunistas argumentam que «os apelos a entendimentos futuros e a admitida verificação de pontos de convergência entre PSD e PS, e as declarações do porta-voz do PS a defender que o combate ao PCP ¿é tão ou mais importante que o combate à direita, são mais uma prova do compromisso do PS com a política de direita».

Para o PCP, o «novo pacote de terrorismo social» contra «as funções sociais do Estado e os serviços públicos, a promoção dos despedimentos, designadamente na Administração Pública, o aumento do horário de trabalho, a redução da proteção no desemprego, novos ataques ao poder local, o prosseguimento da criminosa política de privatizações de que é exemplo o anúncio da privatização dos CTT», expressa «um programa de agressão que se pretende perpetuar, seja ao abrigo do atual memorando de entendimento, seja por via de um segundo resgate apelidado de programa cautelar».

A comissão política do PCP considera que a greve geral de 27 de junho «foi um abalo irreparável para o Governo e a sua política» e que, «enfraquecido, desacreditado, o Governo procura prosseguir perigosamente a sua ação destruidora».

«A questão que se coloca já não é se o governo e a maioria ilegítima que o sustenta vão ser derrotados, mas sim a necessidade da intensificação e ampliação da luta para acelerar o momento da sua derrota, para libertar o país da sua política de desastre», declaram.
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