"O PCP reafirma que esta nova tentativa de Cavaco Silva para procurar subverter a Constituição da República terá, da parte dos trabalhadores e do povo, a resposta democrática que lhe corresponda", afirmou o líder comunista, sublinhando que o chefe de Estado "assume assim todas as responsabilidades e consequências políticas e institucionais por decisões que contribuam para degradar a situação nacional e promover o afrontamento entre órgãos de soberania".
"É uma nova e derradeira tentativa de Cavaco Silva para salvar a maioria PSD/CDS e criar um novo pretexto na linha da obstaculização institucional da solução governativa existente".
Para Jerónimo de Sousa, "não há nenhuma razão para que o Presidente, perante a inequívoca e pública afirmação de quatro partidos que dispõem da maioria dos deputados na Assembleia, venha exigir condições e garantias que, manifestamente, não só não exigiu como sabia não existirem para impor a indigitação de Passos Coelho e a formação de um Governo PSD/CDS, cuja garantia de durabilidade ficou à vista com a sua previsível rejeição pela Assembleia, que se concretizou 11 dias após a sua nomeação".
O encontro matinal de hoje entre o secretário-geral do PS e o Presidente da República durou meia hora e seguiu-se às 31 audiências realizadas por Cavaco Silva desde 12 de novembro com confederações patronais, associações empresariais, centrais sindicais, banqueiros, economistas e partidos representados no parlamento eleito nas legislativas de 4 de outubro.