Jerónimo de Sousa ainda não compreendeu objeto do referendo sugerido pelo BE - TVI

Jerónimo de Sousa ainda não compreendeu objeto do referendo sugerido pelo BE

"O referendo é uma questão que não pode ser banalizada", afirmou. O secretário-geral do PCP disse esta quinta-feira que a saída da Grã-Bretanha da União Europeia constitui uma oportunidade para repensar as políticas europeias

O secretário-geral do PCP afirmou esta quinta-feira que a saída da Grã-Bretanha da União Europeia constitui uma oportunidade para repensar as políticas europeias e disse ainda não ter compreendido qual seria o objeto do referendo sugerido pelo BE.

"Nós consideramos que [o ‘Brexit’] é uma oportunidade, um momento para repensar toda esta política da União Europeia. Era importante que as normas, as regras, as imposições fossem afastadas, num processo onde o governo português tem de ter a responsabilidade de uma negociação, do ponto de vista da defesa dos interesses nacionais", disse à Lusa Jerónimo de Sousa.

Questionado sobre a posição do Bloco de Esquerda, que defendeu a realização de um referendo sobre a União Europeia, o dirigente comunista disse que ainda não percebeu bem qual é o objetivo dos bloquistas.

"Ainda não consegui perceber o que o Bloco pretende com o referendo, qual a pergunta, qual o objeto, qual o objetivo. Falou-se primeiro em sanções, depois no Tratado Orçamental. Em relação às sanções, consideramos que são inaceitáveis, devem ser recusadas."

"O referendo é uma questão que não pode ser banalizada. É preciso perceber o referendo, para quê, sobre quê", concluiu o líder comunista.

O líder comunista, que falava à Lusa à margem de um almoço com empresários da restauração, para comemorar a redução do IVA da restauração para 13%, considerou que, com a saída da Grã-Bretanha, da União Europeia, "está aberta uma nova realidade".

"Neste quadro, nós consideramos que é importante, designadamente, esta questão da submissão ao euro, ser resolvida, tendo em conta até os anúncios das perspetivas económicas, das questões do crescimento e do desenvolvimento, dos condicionamentos que levam a que Portugal corra o risco de ter um crescimento anémico e rastejante. É uma oportunidade para repensar a Europa - não esta Europa do grande capital dos grandes grupos económicos -, mas uma Europa dos trabalhadores e dos povos", acrescentou.

"A União Europeia vai fazer 70 anos desde a sua fundação, que tinha como base dois critérios: integração e alargamento. A novidade é que, com este processo, houve uma redução", salientou o líder comunista, ressalvando a necessidade de se respeitar a vontade expressa, em referendo, pelo povo britânico.

Jerónimo de Sousa defendeu ainda que a decisão dos britânicos deve, também, constituir uma oportunidade para potenciar a "cooperação e relacionamento fraternal com a Inglaterra" e para salvaguardar os interesses dos emigrantes portugueses na Grã-Bretanha.

"Devemos respeitar a decisão soberana do povo inglês. Do nosso ponto de vista constitui uma vitória sobre a pressão, a chantagem, o catastrofismo, todo um cenário por parte de instituições internacionais, incluindo a própria da União Europeia. O povo inglês decidiu, tem de ser respeitado", sublinhou.

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