Jerónimo diz que este é um Governo «fora da lei» - TVI

Jerónimo diz que este é um Governo «fora da lei»

Jerónimo diz que este é um Governo «fora da lei»

Líder do PCP acusa PS de só estar a pensar nas eleições Autárquicas

O secretário-geral do PCP acusou o Governo de praticar uma política «fora da lei e em confronto com a Constituição da República», impondo «um verdadeiro Estado de exceção».

Trata-se de «um Governo e uma política fora da lei e em confronto com a Constituição da República que está a impor, na prática, um verdadeiro estado de exceção", disse Jerónimo de Sousa, na aldeia alentejana de Baleizão, no concelho de Beja.

Jerónimo de Sousa, que falava no encerramento da tradicional homenagem do PCP à trabalhadora rural Catarina Eufémia, assassinada pelas forças do regime fascista, a 19 de maio de 1954, naquela aldeia, acusou também o Governo de estar a «tirar o pão da boca dos portugueses para alimentar a gula da especulação do grande capital económico e financeiro».

Segundo o líder do PCP, o Governo, através de um «programa de terrorismo social», que «definiu» com a troika e inclui «medidas devastadoras», está a fazer uma «brutal declaração de guerra aos trabalhadores e ao povo».

«Importa tudo fazer para que quem aprova tais medidas não esteja em condições nem tenha tempo de as concretizar. Este é o grande desafio que temos pela frente: interromper este processo e garantir uma alternativa. Apressar com a luta do nosso povo a demissão de um Governo que já está isolado, politicamente derrotado e procura desesperadamente agarra-se ao poder», defendeu Jerónimo de Sousa.

No seu discurso, Jerónimo de Sousa criticou os socialistas por «só estarem a pensar» nas próximas eleições autárquicas e chamou o PS para se juntar à luta pela demissão do Governo, avisando que não se pode «esperar meses e meses e a direita já afirmou, claramente, que, pelo menos até junho no ano que vem, quer manter-se no poder, para destruir o mais que puder».

«O PS está a pensar que devem decorrer as eleições autárquicas, com toda a importância que nós [PCP] consideramos, mas não perdemos o objetivo urgente, que é, de facto, a demissão do Governo. Chamemos o PS a esta luta», disse Jerónimo de Sousa, pedindo ao PS para «não ficar à espera, sentado, que lhe caia no regaço a capitalização que resulta da própria luta».

Aos que «muitas vezes» perguntam porque o PCP não se entende com o PS, Jerónimo de Sousa respondeu com uma pergunta: «Já se interrogaram porque é que o PS nunca se entendeu com o PCP e procura sempre entender-se com a direita, como aconteceu nestes últimos 37 anos?».

O PS «não se entende com o PCP porque, de facto, o grande problema está na política de direita de que o PS e corresponsável. O problema é que nós [PCP] consideramos fundamental rejeitar esse pacto de agressão, que está a infernizar a vida dos portugueses e do povo e o PS assinou-o e continua comprometido com ele», rematou Jerónimo de Sousa.
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