Jerónimo não gostou do aceno do Governo à direita - TVI

Jerónimo não gostou do aceno do Governo à direita

Jerónimo de Sousa (Manuel de Almeida/Lusa)

Líder do PCP insatisfeito com propostas de convergência com o PSD e o CDS-PP

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Jerónimo de Sousa não gostou de ser colocado no mesmo saco do PSD e do CDS-PP, quando o primeiro-ministro chamou os partidos para averiguar a sua disponibilidade para eventuais acordos e coligações.

«Não se podem levar a sério propostas de diálogo com quem diz querer governar à esquerda, mas propõe convergências à direita em pé de igualdade com os que propõe à esquerda», disse.



Exemplificando com medidas tomadas pelo Executivo de José Sócrates na Economia e nas Finanças, o líder comunista apontou: «Não se pode acenar com diálogo e, ao mesmo tempo, afirmar que nada mudará no essencial da sua política.»

Perante o programa do Governo discutido esta quinta-feira no Parlamento, Jerónimo de Sousa não tem dúvidas: «Não há mais espaço para escamotear a natureza das suas opções e políticas fundamentais. Um programa que é de continuidade, agravada com o aprofundamento de algumas das mais penosas políticas do anterior Governo.»

«E não será o logro propagandístico que se vai procurando incutir na opinião pública de que será um Governo ao centro/direita na economia e à esquerda no social, fazendo os correspondentes acordos nesta Assembleia, que pode encobrir a nudez crua de um programa versão recauchutada do programa do anterior Governo», acrescentou.

Ainda os professores

O secretário-geral ainda não se tinha envolvido na discussão do dia, em relação à avaliação dos professores. Esta tarde, fê-lo com a exigência da suspensão do actual modelo.

«A escola pública não pode continuar no plano inclinado em que as políticas de direita a colocam. Nem pode continuar a ser marcada pelo ataque cerrado à gestão democrática e à profissão docente», afirmou.

Como tal, o PCP propôs «o agendamento da imprescindível suspensão do actual modelo de avaliação, para que se possa abrir uma negociação séria com vista à alteração do Estatuto da Carreira Docente».

Segundo Jerónimo de Sousa, a nova avaliação «tem de eliminar a divisão dos professores entre titulares e não titulares e deve reconduzir o modelo de avaliação a um modelo formativo e orientado para a melhoria do desempenho e não para impedir a progressão na carreira».

«O modelo de avaliação não pode deixar de incluir uma alteração do regime de horários dos professores, com cada vez maior carga burocrática e cada vez menos tempo para as questões pedagógicas», concluiu.
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