Jerónimo: Seguro não tem «sentido do ridículo» - TVI

Jerónimo: Seguro não tem «sentido do ridículo»

Secretário-geral do PCP coresponsabiliza socialistas pela «cruzada contra a saúde»

O líder comunista, Jerónimo de Sousa, corresponsabilizou este sábado os socialistas pela «cruzada contra a saúde», considerando que Seguro não tem «sentido do ridículo» ao afirmar defender o serviço nacional de saúde, de que o PS diz ser «pai».

«É inaceitável que gente que não tem qualquer sentido do ridículo venha hoje dizer que está com o Serviço Nacional de Saúde, indo mesmo ao ponto - como acontece com o atual secretário-geral do PS numa altura em que são mais evidentes as consequências para a vida das pessoas da política de saúde implementada na última década e do pacto de agressão, que o PS assinou - de falar nas dificuldades de acesso aos cuidados de saúde, associando essas dificuldades às taxas moderadoras», acusou.

O secretário-geral do PCP falava numa reunião nacional de quadros da saúde, na Casa do Alentejo, em Lisboa, no mesmo dia em que o líder do PS, António José Seguro, terminou o seu roteiro da saúde.

«Hoje dizem ser o(s) pai(s) do serviço nacional de saúde, mas não só estiveram com a direita mais retrógrada na decisão de criar as taxas [moderadoras], que hoje são uma das principais causas do condicionamento criado a milhões de portugueses no acesso a cuidados de saúde, como nos governos de Sócrates criaram mais de duas centenas de novas taxas», argumentou Jerónimo de Sousa.

«É caso para dizer que, com um pai assim o filho não vai longe», sublinhou, recorrendo à «gíria popular» para afirmar que «bem pode o PS limpar as mãos à parede, que não consegue limpar-se».

Jerónimo de Sousa defendeu que o SNS não tem sido vítima de «atos súbitos, golpes conjunturais, incompetências gerais, mas de um processo de grande folego» para a sua destruição, de uma «cruzada em que assumem particulares responsabilidades políticas PS, PSD e CDS-PP».

O líder comunista regressou às «mortes antecipadas» do último mês, considerando que têm por base «decisões no plano da gestão que apenas têm o objetivo de criar dificuldades ao normal funcionamento dos serviços».

Para Jerónimo de Sousa, um exemplo destas medidas é a decisão de qualquer compra acima dos 100 mil euros ter que passar pelo ministro da Saúde. Este tipo de medidas, apontou, «são hoje responsáveis pela desorganização que reina nos serviços, pela degradação da qualidade na prestação de cuidados que estarão na origem de mortes antecipadas cuja responsabilidade política não pode deixar de ser atribuída aos responsáveis pela política de saúde que está a ser implementada custe o que custar aos visados».

Jerónimo de Sousa disse que a morte de mais de quatro mil portugueses durante o mês de fevereiro não coincidiu apenas com o surto de gripe e com o aumento do frio, mas com uma «menor procura diária de urgências e outros serviços, dificultada pelo aumento das taxas, a que se junta o aumento da energia, do gás».

Dirigindo-se ao primeiro-ministro e às explicações que Pedro Passos Coelho deu sobre o aumento das mortes, o líder do PCP afirmou que «é gente que fala de barriga cheia e não sabe quais são as dificuldades da vida e da doença».
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