Lisboa quer regular circulação dos tuk tuk - TVI

Lisboa quer regular circulação dos tuk tuk

Fernando Medina

Vereadores do PCP criticam presidente da autarquia por fixar medidas na cidade através de despacho

Os vereadores do PCP na Câmara de Lisboa criticaram hoje o presidente da autarquia por fixar medidas para a circulação dos ‘tuk tuk’ na cidade através de despacho, defendendo que o regulamento municipal deve ser discutido pela oposição.

Na terça-feira, o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, anunciou que a circulação dos minicarros turísticos ‘tuk tuk’ apenas poderá ser feita entre as 09:00 e as 21:00 e estará vedada a ruas estreitas, medidas que entram “ainda este mês” em vigor através de despacho.

O anúncio veio, contudo, “surpreender” os comunistas, segundo o vereador Carlos Moura.

“Surpreende-nos que o senhor presidente esteja a tratar destas questões por despacho, sem conhecimento da oposição e sem conhecimento dos agentes ligados a esta atividade”, disse o eleito do PCP.


“Nós há mais de um ano tínhamos levantado a questão dos ‘tuk tuk’ junto da Câmara e, na altura, aquilo que nos foi respondido foi que estava em elaboração o regulamento municipal para a questão”, frisou.

Carlos Moura acrescentou que vai questionar o município na reunião da próxima semana, por entender que esta “não é uma prática nada comum” para regulamentos municipais, que devem ser apreciados pelo executivo camarário, ir para discussão pública, voltar à Câmara e depois serem discutidos na Assembleia Municipal.

“Já aconteceram outras situações em que foram tomadas decisões por despacho, mas não é uma situação que vejamos com bons olhos, porque o despacho apenas deve ser usado em situações de extrema urgência, em que pode haver prejuízo para a cidade e para os munícipes”, sustentou, referindo que neste caso houve tempo para a elaboração do documento.
 

Para Carlos Moura, “as coisas não foram feitas em devido tempo e estão a ser remendadas com um despacho que não serve a ninguém”.


Ainda assim, salientou a necessidade de “a atividade funcionar dentro das melhores regras, para que não cause problemas aos munícipes e a outros serviços de transporte”.

Segundo Fernando Medina, outra medida prevista, mas que só entra em vigor a partir de 01 de janeiro de 2017, é a obrigação de todos os ‘tuk tuk’ terem de passar a ser elétricos.

Também na terça-feira, o presidente da Associação Nacional de Empresários de Tuk Tuk (Astuk), Paulo Oliveira, disse desconhecer limitações à circulação dos minicarros turísticos em Lisboa, lamentando que os empresários não tenham sido ouvidos sobre o regulamento em elaboração.
 

“A Câmara [Municipal de Lisboa] não nos comunicou nada. A Câmara quando tentou fazer o regulamento foi falar com os senhores da ANTRAL [Associação Nacional de Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros], não veio falar connosco”, referiu.


Paulo Oliveira salientou, ainda, que os perto de 100 ‘tuk tuk’ das 12 empresas representadas pela associação em Lisboa são de 2014 e de 2015 e possuem certificação europeia de conformidade com as normas ambientais.

“A Câmara vir condicionar uma atividade parece-me estranho. O que é que faremos aos investimentos feitos?", questionou.
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