«Ruptura com caminho desastroso» do Governo

O líder do PCP, Jerónimo de Sousa, defendeu este sábado a necessidade de «uma grande ruptura com o caminho desastroso» das políticas do Governo socialista nos últimos quatro anos, que se «traduziram no agravamento dos problemas sociais», escreve a Lusa.

Intervindo no encerramento da VI Assembleia da Organização Regional de Coimbra (ORC), Jerónimo de Sousa afirmou que os últimos anos ficaram marcados «pelo ataque sem precedentes aos direitos laborais e sociais dos trabalhadores da administração pública e do sector privado e pela aprovação de legislação laboral penalizadora do mundo do trabalho».

«Agravamento dos problemas sociais»

Numa sala repleta de delegados da ORC, o dirigente comunista frisou que as políticas do Executivo socialista de José Sócrates se «traduziram no agravamento dos problemas sociais com o avanço galopante do desemprego, da precariedade, da degradação da capacidade aquisitiva dos salários, das pensões e reformas e no agravamento das situações de pobreza».

«Quatro anos de um Governo e de uma maioria que prometeu mais crescimento, mais desenvolvimento, mais justiça fiscal, mas que vai deixar o país a braços com uma grave recessão», disse Jerónimo de Sousa, destacando a «destruição de serviços públicos e a ampliação e agudização dos problemas e dos fenómenos negativos nos domínios da justiça e segurança interna».

Na sua intervenção, acusou ainda o Governo do PS de ter levado o país «a bater os mais tristes recordes da governação nos mais diversos domínios da vida nacional», acrescentando que, na «hora do balanço, José Sócrates tem para apresentar um país mais empobrecido e endividado, mais vulnerável económica e socialmente».

Medidas de «remendo»

Em declarações aos jornalistas, o líder comunista criticou as mais recentes medidas do Governo, considerando que «a realidade nacional não comporta este ou aquele remendo».

«Temos uma grande necessidade de ruptura com esta política, com este caminho desastroso que temos vindo a prosseguir, não só nestes quatro anos, diga-se», afirmou Jerónimo de Sousa, que defende outro tipo de medidas económicas e sociais.

O deputado e dirigente do PCP considera que «sem uma mudança política de fundo bem podemos estar a discutir futuras composições da Assembleia da República», que os »problemas não se vão resolver».