Seca: Jerónimo diz que não se pode ficar à espera que chova - TVI

Seca: Jerónimo diz que não se pode ficar à espera que chova

  • 17 nov 2017, 20:49
Jerónimo de Sousa

O secretário-geral do PCP afirmou esta sexta-feira que não se pode ficar à espera que chova para resolver os problemas criados pela seca e exigiu que o Governo adote "medidas excecionais"

O secretário-geral do PCP afirmou esta sexta-feira que não se pode ficar à espera que chova para resolver os problemas criados pela seca e exigiu que o Governo adote "medidas excecionais" para o abastecimento, agricultura e pecuária.

"O território nacional está com 75% de seca extrema e 25% de seca elevada e isto coloca uma questão fundamental que é a de saber se nos limitamos a esperar que chova ou se, neste quadro, numa situação excecional, são precisas naturalmente medidas excecionais", afirmou o líder comunista.

Jerónimo de Sousa falava no final de uma visita a explorações frutícolas e de pecuária, dos concelhos do Fundão de Castelo Branco, e que contou também com a passagem pela Barragem da Marateca.

Nas diferentes situações, o líder comunista ficou a par dos problemas que os produtores enfrentam devido à seca, tendo ouvido apelos para que se vá mais longe nos apoios e também para que se lute pelo alargamento do regadio à zona sul da Gardunha, onde a água do regadio da Cova da Beira já não chega.

Almério Oliveira, produtor frutícola que tem vários hectares de cerejal que não são abrangidos pelo regadio, pediu a Jerónimo de Sousa para que se empenhe na concretização desse investimento, lembrando os custos que a falta de água traz para as produções, nomeadamente elétricos, e que que este ano se estão a manter fora de época, já que as árvores continuam a necessitar de ser regadas.

Água é também o que precisam as terras para criar pastagens para os animais, conforme frisou João Boavida, que nos últimos meses se viu obrigado a comprar fardos de palha para alimentar as cerca de 700 ovelhas que tem.

Segundo contou, os prejuízos passam pela produção de leite que ficou afetada em quantidade e qualidade e também pela falta de pasto que obriga à compra de forragens que, como se não bastasse, garantiu este produtor, aumentaram de preço.

Por tudo isto João Boavida pede a intervenção do PCP: "Só com promessas não vamos a lado nenhum. O ministro da Agricultura promete muito e cumpre pouco", disse, frisando que "é preciso ajuda e quanto mais rápido melhor".

Uma reivindicação que Jerónimo de Sousa prometeu levar à Assembleia da República: "[É necessário] um conjunto de medidas de fundo, medidas imediatas, medidas concretas é por isso que levantaremos a voz na Assembleia da República".

Para o PCP é vital que o Governo adote medidas, priorizando o abastecimento às populações, mas sem esquecer as necessidades da agricultura e da pecuária.

Jerónimo de Sousa também defendeu que se a intenção passa por antecipar os fundos da União Europeia, tal deve ser feito imediatamente.

Além das medidas excecionais, o líder comunista lembrou que também é preciso resolver problemas estruturais e também defendeu a concretização do regadio a sul da Gardunha, lembrando que este pode afirmar-se como "um polo de desenvolvimento".

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