Vieira da Silva «ministro cheque na mão» - TVI

Vieira da Silva «ministro cheque na mão»

Bernardino Soares

PCP acusa ministro Vieira da Silva de andar pelo país a «entregar cheques e casas»

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O PCP acusou, esta quinta-feira, o ministro do Trabalho, Vieira da Silva, de andar pelo país a «entregar cheques e casas», o que considerou eticamente incompatível com as suas funções de responsável pela organização do PS, informou a Agência Lusa.

A acusação foi feita pelo líder parlamentar do PCP, Bernardino Soares, durante um debate sobre políticas sociais agendado pelo PSD.

«O Ministro do Trabalho e Solidariedade tem, nos últimos dias e semanas, andado pelo país a distribuir cheques subsídios, chaves de casas de habitação social, protocolos com várias instituições, um sem número de outras actividades deste tipo, certamente no âmbito do seu Ministério», começou por dizer Bernardino Soares, que apelidou Vieira da Silva de «ministro cheque na mão».

Segundo o líder parlamentar do PCP, o caso tem mais «gravidade» porque o ministro do Trabalho «passou a ser responsável na orgânica do PS pela máquina partidária eleitoral».

Bernardino Soares referia-se ao facto de Vieira da Silva ser agora o Secretário Nacional do PS responsável pela organização do partido.

«Não considera que, se não houver do ponto de vista legal, e certamente não há, há pelo menos do ponto de vista ético, da transparência, da não utilização dos cargos públicos para fins eleitorais e partidários alguma incompatibilidade entre ser o ministro que chefia a preparação das eleições pela parte do PS, que tem todo o direito de o ser, e ao mesmo tempo ser o ministro cheque na mão?», perguntou, dirigindo-se à deputada socialista Isabel Coutinho e assinalando o actual contexto «pré-eleitoral».

Isabel Coutinho considerou que o líder parlamentar do PCP fez «lamentáveis considerações acerca de um grande homem e de um grande ministro» que tem «desenvolvido um trabalho inexcedível na resolução dos graves problemas do país».

A acusação de que Vieira da Silva «utilizaria o cargo de ministro para fazer propaganda ou campanha eleitoral é uma pura mentira», disse a socialista. «Quase me atrevo a dizer que é uma maldade muito grande», acrescentou.

Bernardino Soares replicou que o PS «tem de responder é à coincidência» de, «desde há pouco tempo para cá, não se sabe porquê, não era assim, a mesma pessoa que coordena a campanha do PS estar pelo país quase todos os dias pelo país a entregar cheques e casas e a assinar protocolos».

«Não aceitaremos que seja utilizado o aparelho público e do Estado para benefício do partido do Governo», salientou, defendendo que sejam tomadas «medidas para distinguir estas duas funções, estes dois papeis, sem margem para dúvidas».
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