PSD: «Por precaução não se põe um país a pão e água» - TVI

PSD: «Por precaução não se põe um país a pão e água»

Partido garante que «não cede a ultimatos do Governo» e «não viabilizará novo PEC». Mas considera que «o Governo tem todas as condições para governar

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O secretário-geral do PSD, Miguel Relvas, garantiu esta terça-feira, após as reuniões da Comissão Permanente e Comissão Política do partido, que o «PSD não viabilizará este novo PEC».

Para o responsável, o Executivo de José Sócrates segue «uma estratégia de "ou nós ou o caos", "ou este novo PEC ou a intervenção do FMI"», mas, para o PSD «o país não pode ser submetido a este tipo de chantagem política».

« Não pretenda o Governo responsabilizar outros pelo actual estado de coisas, tentando impor a aprovação de medidas injustas», disse Miguel Relvas. «Não estamos disponíveis para ceder a ultimatos do Governo, ou para sermos confrontados com uma política de facto consumado, nem estamos disponíveis para apoiar medidas injustas que farão recair mais sacrifícios sobre aqueles que pagam sempre o preço da crise e não para a monstruosa máquina do Estado», afirmou.

«É tempo de o Governo parar com as farsas e encenações e falar a verdade», diz Miguel Relvas. « O Governo tem que assumir que falhou nos seus objectivos de execução orçamental. Estas medidas injustas são a prova de que as políticas, as propostas e a governação falharam», garante.

«O Governo sempre disse que os sacrifícios eram os suficientes. O Primeiro-ministro apregoava que não era necessária ajuda externa. Ou faltou deliberadamente à verdade sobre a real situação das contas públicas, ou o Governo falhou redondamente com aquilo com que se comprometeu».



«Se nós hoje temos uma política de sucesso na execução orçamental, por que é preciso um novo PEC?», continuou o secretário-geral do PSD. «Responde o Governo que "por precaução". Pôr os portugueses a pão e água por precaução não se justifica».

Miguel Relvas acusa por isso José Sócrates de «sucesso no discurso, fracasso na realidade», mas ainda assim, garante que « o Governo tem todas as condições para governar».

Questionado sobre, como o PSD não aprovará o PEC, o que acontecerá então, Miguel Relvas diz que «os Governos são avaliados pelos orçamentos que têm de executar». «É assim numa democracia e devia ser assim também em Portugal. Não podemos é, ano após ano, mudar as regras a meio do jogo».

Miguel Relvas criticou ainda o facto de José Sócrates ter decidido as medidas de austeridade «nas costas dos cidadãos». «Não foi informado o Presidente da República, a Assembleia da Reública, nem os parceiros sociais. As medidas foram apresentadas em Bruxelas sem que fossem apresentadas em Portugal. Este não é o caminho que deve ser seguido».
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