Pedro Filipe Soares encontra-se em Paris para assistir à Cimeira por um Plano B na Europa, juntamente com os dirigentes bloquistas Joana Mortágua e Luís Fazenda.
"Estado de emergência decretado em França e fronteiras fechadas. O coração de Paris foi atacado. Em Paris, solidário com a França", escreveu o deputado do Bloco, há cerca de duas horas na rede social Twitter.
Contactado pela Lusa, Pedro Filipe Soares relatou que estava em casa de familiares, no centro de Paris, e percebeu o que estava a acontecer pelas notícias.
"Começaram a chover alertas nos telemóveis das pessoas e minutos depois ouvimos sirenes a passar e depois foi a consternação geral instalada", descreveu.
O líder parlamentar do BE disse que escreveu no Twitter o que lhe vai na alma: “Os assassinos procuram impor o medo e o ódio. A consternação tem de ser ultrapassada pela solidariedade, não pela vingança (…) Nas imagens das TVs, nas ruas desertas ou nas sirenes que se ouvem, o medo e o ódio espreitam. Não os podemos deixar vencer”, referiu, em dois ‘posts’ distintos.
"Momentos como este confrontam-nos com o pior que a humanidade tem e exigem o melhor que a humanidade nos pode dar", resumiu à Lusa.
O dirigente do Bloco deveria regressar na segunda-feira a Lisboa. No entanto, foi decretado o encerramento das fronteiras.
“Vamos aguardar e ver o que se passará nos próximos dias”, disse.
A porta-voz do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, e a candidata presidencial Marisa Matias Já tinham também expressado pesar pelas vítimas dos atentados em Paris e defenderam que o caminho tem de ser feito pela solidariedade e não através do ódio.
Catarina Martins, que discursava na sexta-feira à noite, durante a apresentação da candidatura de Marisa Matias em Coimbra, referiu os vários ataques registados em Paris, expressando "solidariedade" e um "enorme pesar" para com todas as vítimas.
A porta-voz do Bloco de Esquerda afirmou também que estes atentados são uma forma de lembrar que "a Europa tem tido sempre as piores das respostas a todos os conflitos".
Neste momento, afirmou, não se pode dar "outra resposta que não seja a da solidariedade e não a dos ódios. Esta é a única resposta da paz e dos direitos humanos".
A candidata Marisa Matias foi ao encontro das palavras da porta-voz bloquista, considerando que "nunca se faz caminho através do ódio".
"Muito menos se faz o caminho se se construir muros em vez de se aplicar a conceção tão básica da humanidade e da dignidade", apontou, sublinhando que a Europa não pode enfiar a cabeça na areia.
Pelo contrário, há que perceber "as causas e razões destes atentados" e trabalhar-se para "acabar com o terrorismo".
Vários ataques registados sexta-feira à noite, em Paris, provocaram a morte de mais de uma centena de pessoas, segundo fontes policiais.
O Presidente francês, François Hollande, já anunciou o estado de emergência e o encerramento das fronteiras de França na sequência do que classificou de "ataques terroristas sem precedentes" no país.