PS acusa maioria de «teatralização colossal»

O PS acusou o Governo de ensaiar uma estratégia de «teatralização colossal» em torno do Orçamento, que se traduz em apresentar primeiro um «esmagamento de dificuldades» para no final se proporcionar «uma caridadezinha» aos cidadãos.

As acusações foram feitas nesta terça-feira pelo deputado socialista Pedro Marques na Assembleia da República, em reação às declarações que foram proferidas esta manhã na reunião sobre o Orçamento do Estado para 2013, que juntou no Parlamento membros do Governo e as bancadas do PSD e do CDS.

Na segunda-feira, segundo Pedro Marques, dizia-se da parte do Governo que «era este Orçamento ou o caos e o incumprimento, e que não havia margem para alterações».

«Hoje, afinal, diz-se que já há margem para discussão parlamentar e parece que não é tão pequena assim», apontou o ex-secretário de Estado socialista.

Ainda de acordo com Pedro Marques, na segunda-feira, o Governo «fazia saber que não havia margem para propostas de corte de despesa e diminuição de aumento de impostos por parte dos ministros do PSD e do CDS».

«Mas hoje já há margem para que essas propostas sejam apresentadas pelos deputados do PSD e do CDS», acrescentou numa citação da agência Lusa.

Confrontado com o facto de o ministro de Estado e das Finanças, Vítor Gaspar, ter afirmado que se iria inteirar da posição oficial do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre os programas de ajustamento em curso, incluindo o caso português, o deputado socialista deu a seguinte resposta: «O ministro das Finanças é a única pessoa que ainda não aferiu convenientemente a situação do país e as consequências das suas políticas».

«O FMI já disse claramente que esta receita não resulta e tem de ser atenuado. Agora, o ministro das Finanças talvez tenha é de mudar de receita e não de andar à procura dissonâncias que não existem [no FMI], um dos principais parceiros internacionais do nosso programa de ajustamento», declarou.