Trabalho do PS com parceiros de esquerda "veio para ficar" - TVI

Trabalho do PS com parceiros de esquerda "veio para ficar"

  • SS
  • 27 jun 2019, 22:33
Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas e da Habitação

O ministro das Infraestruturas e da Habitação e dirigente socialista, Pedro Nuno Santos, afirmou que "o povo português está satisfeito" com o trabalho da "geringonça"

O ministro das Infraestruturas e da Habitação e dirigente socialista, Pedro Nuno Santos, defendeu esta quinta-feira que o trabalho conjunto do PS com os parceiros à esquerda "veio para ficar", porque "o povo português está satisfeito".

Sou do PS desde que nasci e quero que o PS tenha o melhor resultado possível [nas eleições legislativas]", salientou Pedro Nuno Santos numa entrevista no Jornal da Noite da SIC, na qualidade de ministro das Infraestruturas, na qual se recusou a comentar as críticas de dirigentes socialistas, como o líder parlamentar, Carlos César, aos parceiros de esquerda, designadamente ao BE.

Pedro Nuno Santos sustentou que, com o chamado Governo da “geringonça”, "o país e a esquerda tiveram uma vitória sem precedentes".

"E nunca mais vai ser igual a antes de 2015", antecipou o ministro do executivo de António Costa, ao apontar o que, em sua opinião, foram "vitórias muito importantes" para o país de uma governação do PS suportada pelo PCP, BE e PEV.

Apesar de considerar necessário "respeitar um ato eleitoral" que ainda não se realizou, Pedro Nuno Santos deixou a convicção de que "este trabalho conjunto veio para ficar".

"Estes quatro partidos souberam fazer o que nunca tinham conseguido (…). Para o sucesso desta governação contribuíram o PS, o PCP, o BE e o Partido Ecologista Os Verdes (…). A esquerda, hoje, sabe trabalhar em conjunto e sabe produzir resultados", acrescentou, apontando depois que o país atingiu o equilíbrio das suas contas no respeito pelo povo português e dentro de um quadro de uma restrição orçamental.

"Infelizmente o Estado não tem poderes para demitir comissão executiva da TAP" 

Na entrevista, Pedro Nuno Santos reiterou que o comboio de alta velocidade "não está em cima da mesa neste momento" e reafirmou que a relação de confiança do Estado com o acionista privado da TAP "saiu fragilizada" com a notícia dos prémios pagos a alguns quadros à revelia do executivo.

"O Governo soube pela comunicação social", disse o ministro, recordando que "o Estado é o maior acionista e tem de ser respeitado".

O ministro disse que "infelizmente não está no âmbito dos poderes do Estado" demitir a comissão executiva da TAP.

Houve quem pedisse, perante declarações tão fortes, que a consequência deveria ser a demissão da comissão executiva [da TAP]. Infelizmente, não está no âmbito dos poderes do Estado fazer isso. Mas está no meu âmbito, e no âmbito do Governo, poder falar. Fui firme e a mensagem foi bem recebida pelo acionista privado e pela comissão executiva", declarou Pedro Nuno Santos.

Questionado sobre se já recuperou a relação de confiança na comissão executiva da TAP, o governante disse que "não se recupera assim tão rapidamente", contrapondo que "o trabalho de recuperação de confiança é diário".

Como a Lusa noticiou, a TAP pagou prémios de 1,17 milhões de euros a 180 pessoas, incluindo dois de 110 mil euros atribuídos a dois quadros superiores, apesar de em 2018 ter registado um prejuízo de 118 milhões de euros.

Pedro Nuno Santos realçou que "o Estado é o maior acionista e tem de ser respeitado como tal", considerando que ter sabido do pagamento dos prémios pela comunicação social "é relevante na relação com a comissão executiva".

Ainda assim, o governante referiu o compromisso assumido de criar uma comissão que tratará de acompanhar a definição de atribuição de prémios, na qual o Governo vai estar representado.

A 6 de junho, dois dias depois de a agência Lusa ter divulgado o pagamento de prémios, o Ministério das Infraestruturas e da Habitação garantiu discordar "da política de atribuição de prémios, num ano de prejuízos, a um grupo restrito de trabalhadores e sem ter sido dado conhecimento prévio ao Conselho de Administração da TAP da atribuição dos prémios e dos critérios subjacentes a essa atribuição”.

A tutela salientou ainda que não se revê “na conduta da Comissão Executiva, que agiu em desrespeito dos deveres de colaboração institucional que lhe são conferidos”.

A comissão executiva da TAP justificou a atribuição de 1,17 milhões de euros em prémios a 180 trabalhadores com o “programa de mérito” implementado pela companhia, que diz ter sido “fundamental” para os resultados atingidos em 2018.

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